sexta-feira, dezembro 19, 2008

Vou ali e volto já

Pessoas,

A partir de hoje estou de férias. Do trabalho e do blog.

Vou bater perna por aí e conseguir alguns novos carimbos para o meu passaporte.

Desejo a todos um Natal abençoado, recheado apenas de coisas boas. E um 2009 cheio de realizações para todos nós.

Até lá!

terça-feira, dezembro 02, 2008

Contando um conto

Ele chegou com a cara amarrada. Fazia apenas duas semanas que eles saíam e, por insistência dele, ela o chamou para ver sua apresentação. Mas ele não foi. Chegou depois que tudo tinha acabado e a encontrou conversando animadamente com os amigos. Ele levou a irmã, o que era um alívio. Ao contrário dele, ela estava simpática e agradável.

Elas conversaram por um tempo. A irmã pediu desculpas pelo não comparecimento, devido à chuva e ao carro que não queria funcionar. Ele continuava ali, emburrado, com um bico enorme. Ela fingia que não via, pois já estava com vontade de mandá-lo à merda.

Mas ela segurou seu instinto e foi fazer o que achava que devia ser feito. Chamou-o pra um canto e perguntou o que estava acontecendo. O famoso “nada” - resposta atribuída às mulheres, diga-se de passagem - saiu da boca dele mais de uma vez. Quando ela já ia desistir, ele falou. Disse que os colegas de trabalho (eles trabalhavam no mesmo lugar) o haviam advertido de que o ex dela estaria na apresentação. Por isso, ele estava com o pé atrás com ela.

Ela não pôde deixar de rir. Queria gargalhar com tamanha babaquice. Falou que sim, o ex estava lá, com a atual namorada de tempos. Aliás, tempo era o que tinha passado depois que eles terminaram. Mas a resposta não o satisfez. Tomado por um ciúme inexplicável – convenhamos, duas semanas é pouco -, ele passou a exigir que ela apresentasse o ex para que ele pudesse realmente acreditar que não havia nada entre os dois.

- Cadê o seu ex? Quem é ele?
- Pra quê isso? Já disse que ele está namorando há tempos.
- Já falei. O pessoal me alertou. Não quero fazer papel de idiota. Cadê seu ex?
- Tá parado aqui na minha frente!

Atônito, ele não podia acreditar na resposta. Tentou obter explicação, mas tudo o que conseguiu foi vê-la se afastando. E com o guarda-chuva, deixando-o lá, com cara de besta e todo molhado. A irmã o levou embora.

Nunca mais se viram, só os poucos encontros no trabalho - se é que podemos chamar uma solene ignorada por parte dela de encontro. Ele ainda tentou reatar, mandando poemas e ligando insistentemente. Ela não cedeu. Ele sim. Fez mala, pegou a cuia e voltou para a cidade natal, pois “não havia razão para continuar em Brasília”.