quarta-feira, setembro 26, 2007

Vivendo e aprendendo


Em mais um capítulo da série “aprendendo sobre casamento com as amigas”, lá estava eu com ouvidos atentos para absorver tudo sobre um momento decisivo da vida a dois: a divisão do banheiro. Segundo relatos de amigas fiéis, ter apenas um banheiro em casa é mais instigante do que possa parecer. É um desafio diário e uma prova de amor incontestável.

Por exemplo: acredito eu que a maioria das pessoas concorda com a afirmação de que ter que fazer cocô na frente do ser amado é a situação mais humilhante que se possa enfrentar. Pois bem. Você acorda de manhã e tem que passar por todos os trâmites preparatórios para um dia de trabalho: banho, escovação de dentes e cabelos, maquiagem etc. Seu marido, que se arruma assustadoramente rápido, entra no banheiro primeiro e lá se aloja por 40 minutos para depositar no vaso o que foi produzido durante a noite. E não adianta esmurrar a porta, pedir por favor, pressa, nada. Só existem duas coisas a serem feitas: ou você se atrasa ou divide o banheiro com o trono do rei.

Outra situação: depois de um dia aparentemente feliz, ambos chegam a casa. Um com ânsia de vômito, o outro com diarréia, decorrentes de muita bebida misturada com comidinhas duvidosas. E agora, José? Não dá pra cronometrar nenhuma hipótese de revezamento. Solução encontrada e relatada a mim: vaso pra um, balde de lixo pro outro. No corredor.

Também ouvi relatos de gente que tomou um Almeidão para se livrar do intestino preso, urrou de dor no vaso e o teve o maridão/companheiro segurando a mão e agachado ao lado; gente que vomitou e, por puro reflexo, deu um ploc no marido para agradecer o apoio; gente que acordou de madrugada com o marido super-ultra-mega bebum vomitando na cama igual criança. Vale tudo por amor.

Quem casa quer casa com dois banheiros.

quinta-feira, setembro 20, 2007

O bom, o ruim e o Sex and the City

O dia que foi um dos dias mais importantes da minha vida foi também um daqueles que você quer apagar da memória para uma grande amiga minha. De um lado, eu experimentava uma grande experiência pessoal. Do outro, ela conhecia os limites da arrogância e da falta de caráter de um indivíduo que frequenta o mesmo local de trabalho.

E como acontece em toda amizade, nos falamos para dividir ambas as experiências. Enquanto eu estava feliz por mim e puta por ela, ela estava arrasada por ela e feliz por mim. Fazer o quê nessas horas? Não existe muito que falar, nem muitas atitudes a se tomar. Nada dá muito jeito em nenhuma das situações.

Nos encontramos, uma para ser ombro outra para ser ouvido. Mas, na verdade, bastava simplesmente estar ali. E para momentos assim, nada melhor do que assistir Sex and the City.

E ali ficamos nos divertindo com aquelas histórias às vezes tão parecidas com as nossas. Comendo, dando risada e criando boas lembranças depois de um dia tão cheio de emoções tão diferentes.

Viva a amizade feminina.

sexta-feira, setembro 14, 2007

No escurinho do cinema


Há muitos anos atrás, quando a HotZone ainda se chamava Divertlândia e eu tinha uma facilidade assustadora para emagrecer, fui ao ParkShopping comemorar o aniversário de uma amiga de infância no McDonald’s (um dos únicos da cidade naquela época).

Como toda adolescente metida à besta, eu e outra amiga – dois anos mais velhas que a aniversariante – estávamos achando aquela comemoração toda muito infantil e resolvemos ir ao cinema.

Como o filme já tinha começado, entramos e nos sentamos nos primeiros lugares que vimos: as duas últimas cadeiras junto à parede (sim, as salas de cinema ainda não sonhavam com reforma e cadeiras aconchegantes). Filme rolando, me entra uma senhora no cinema. Quando me dei conta, lá vinha a senhora na nossa fileira, que estava toda ocupada. Eu estava sentada na última cadeira, do meu lado só a parede, e lá vinha a velha, pedindo licença e se dirigindo sabe Deus para onde. Intrigada, cruzei os braços e as pernas e fiquei esperando o desfecho da história (essa hora, o filme já tinha ido pro saco). E lá vinha a velha...

Quando me dei conta, lá estava ela, a velha, sentada no meu colo!!! Sim, meus amigos, a velha sentou em mim, pegou no meu joelho (achando que era o braço da cadeira) e já ia se acomodar. Mas só aí ela percebeu que o que ela segurava era o meu joelho – eu ria tanto que não conseguia falar nada -, se virou para trás e falou: “ué, tem gente aqui?”

TEM, minha senhora, eu tô aqui! Com a fileira inteira rolando de rir, a velha se levantou, pediu desculpas e saiu em busca de outro lugar. E eu, que tinha ido para uma festa de criança, recebi uma quase lap dance de uma velha caquética.
Tem coisas que só acontecem comigo.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Pá-pá-pá, tum!


Ah, as coisas que já aconteceram comigo nestes meus 30 anos... Lembrei de uma história ótima. Já aviso, o tema de hoje é sexo. Pudicos, caso não queiram lê-la, cliquem aqui.

Carnaval. Odeio. Prefiro ficar à milhas de distância de qualquer agitação. Juntei-me com amigos que pensam o mesmo e viajamos, certa vez, para uma fazenda, longe de qualquer lembrança da festa. Dentre os amigos, alguns casais.

Nos momentos homens pra lá jogando bola, e mulheres aqui falando besteira, começamos a debater um assunto muito pessoal: sexo e suas nuances, claro. Cada uma começou a falar o que já fez, o que gostaria de fazer, e o que não pretendia fazer nunca. Neste tópico, o tema principal foi o sexo anal. Enquanto a maioria absoluta das moçoilas presentes dizia que “nunca, jamais” iria permitir tal coisa, uma das minhas amigas observava a conversa, quieta. Findado o burburinho inicial, ela me solta a seguinte pérola: “gente, existe uma técnica. É só pá-pá-pá, tum!. Três tapinhas e uma lá, e assim vai, até o resultado final”. Assim, como se não fosse nada de mais. Pasmas e incrédulas duvidamos da tal técnica, e mudamos de tema.

Na manhã seguinte, acordei cedo – maldito relógio biológico – e fui para a cozinha comer algo. Dei de cara com outra amiga que também tinha se levantado e, como o resto do pessoal ainda dormia (e a casa era pequena, e qualquer barulho era ouvível), começamos a preparar o café no maior silêncio. De repente, vindo do quarto da nossa amiga liberal, o som. “Pá-pá-pá, tum!”. E de novo: “pá-pá-pá, tum!”. Mais uma vez: “pá-pá-pá, tum!.”

Nunca fiz tanta força para segurar uma gargalhada na vida. Minha amiga e eu nos olhamos e saímos correndo até o quintal, o mais longe que conseguimos, para poder rir em paz. Lá estava ela, a técnica, sendo utilizada – e comprovada, pelo visto. Ah, o amor matinal...

Minutos depois, me aparece a amiga liberal, com o maior sorriso na cara, crente que ninguém sabia de nada. Mal sabe ela que a gente sabia de tudo.

Antes que alguém pergunte: não, eu nunca tentei a técnica.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Grama, pra quê te quero?

Há dois anos atrás, fui com uma amiga, pela primeira vez, a Buenos Aires. Destino escolhido, pesquisamos, montamos um roteiro de lugares para visitar e coisas para fazer, e lá fomos nós.

A viagem foi super divertida, tudo deu certo, conseguimos visitar quase tudo o que queríamos. Deixamos para ir ao Museu de Belas Artes no último dia de viagem e, ao chegarmos lá, descobrimos que terça-feira é o único dia da semana em que o museu não abre. Tudo bem, ainda tínhamos muito que fazer. Sentamos em um banquinho em frente do museu e fomos olhar o mapa, para pegarmos as direções do próximo ponto a ser visitado.

Quando estávamos saindo, chega o Steve. Um nova-iorquino que também deu com o nariz na porta do museu e veio puxar papo, perguntar sugestões de outros lugares. Papo vai, papo vem, nós duas impressionando o moço com nosso “inglês de nível universitário” (segundo ele), sugiro que ele vá dar uma volta no parque, já que era o meio da manhã de um dia lindo em Buenos Aires e o parque era logo ali.

“Obrigado, sou de Nova Iorque, já vi grama demais na vida”. TUBISH! Fui querer ser legal, tomei um fora na lata.... Sem graça de tudo, sugerimos uns lugares distantes – para ele morrer de andar no calor – e fomos embora. E eu que tava achando o moço bonitinho...