sexta-feira, abril 27, 2007

Eu já...

Coisas que eu já fiz (ou que fizeram comigo) nesses meus 11052 (e contando) dias de vida:

... Tive dois dentes de leite extraídos de maneira não-ortodoxa: um caiu quando minha mãe se virou com uma sacola (de presentes!!) na mão. Eu estava impaciente atrás dela, ela não sabia, a sacola bateu na minha boca e o dente voou longe. O outro caiu quando minha delicada irmã, ainda pequena, me deu um tabefe na cara, hehe;
... Chorei horas, quando criança, porque queria um abraço da minha irmã e ela não quis me dar de jeito nenhum (fróid explica a carência?);
... Fiquei dois dias sem fazer xixi em um acampamento da igreja porque tive nojo do banheiro;
... Escondi uma bala dentro de uma botinha vermelha que eu tinha quando criança pra comer sem ninguém ver. Esqueci a bala lá, fui pra escola, brinquei o dia inteiro e, quando cheguei em casa, a bala estava derretida e toda grudada na minha meia;
... Quase morri engasgada com uma bala Soft ;
... Voltei a pé da escola. Como sempre pegava carona com uma amiga quando meus pais não podiam me buscar, pensei em voltar com ela. Mas os pais dela pensaram a mesma coisa. Resultado: do Maristão a 306 Sul (com pit stop na 309) andando numa linda e calorenta manhã de sábado;
... Saí do cinema sem conseguir parar de chorar por causa de um filme ridículo;
... Dei plantão na noite de ano-novo quando era estagiária (e otária);
... Caí no meio da faculdade e fingi que tinha torcido o pé;
... Fui a um casamento sem calcinha pra não marcar o vestido;
... Fui assediada por um padre no colégio católico onde eu trabalhava, e quase dei uma porrada nele. Lógico, ele foi demitido;
... Chorei na frente do meu chefe;
... Combinei roupas com amigas;
... Namorei sem gostar e gostei sem namorar;
... Andei quilômetros para ir a um zoológico ver um urso polar de perto e, ao chegar lá, o urso não estava;
... Cortei pessoas da minha vida que foram importantes, mas que me decepcionaram;
... Chorei de rir por coisas bobas, mas que ficam na memória;
... Escrevi cartas e e-mails que nunca mandei;
... Presenteei pessoas importantes pra mim sem motivo específico;
... Vi filmes repetidos no cinema porque combinei com pessoas diferentes e não queria decepcionar ninguém;
... Acabei-me de chorar ao me despedir de amigos que viajam para passar um tempo fora (e choro até hoje);
... Pensei em sumir daqui e desisti.
Outro dia eu conto mais.

sábado, abril 21, 2007

Meu alvo, o balde

Mudei muitas coisas com a chegada dos 30 anos. Repensei várias atitudes, me livrei de um monte de lixo – material e emocional –, e me libertei socialmente. Escolhi o balde como meu alvo e, sempre que é necessário, meto o pé nele. Nossa, é libertador! E existem muitos tipos de balde para serem chutados. Eis alguns:
Balde no trânsito
Como se sabe, Brasília é uma cidade muito educada. Tão educada que, aqui, não se buzina. Quando isso acontece, pode reparar: está todo mundo na rua te olhando, como se você estivesse jogando a mãe da janela. Dá até vergonha... Quer dizer, DAVA vergonha. A buzina é uma das minhas maiores aliadas ultimamente. Me cortou, entrou na minha frente a 4km/h? Pééééééééé!!! Buzino, e buzino muito. Não xingo, não agrido. Só buzino. Chute com classe, o melhor que há.
Balde em estabelecimentos comerciais
Pediu Coca-Cola Light Lemon com gelo e limão e recebeu Coca-Cola normal só com gelo, e ainda ouve do garçom um “ai, já abri essa lata”? Estás numa fila e chega um engraçadinho carregado de coisas que, coincidentemente, conhece a pessoa que está na sua frente e que, por isso, acha que tem o direito de entrar na fila? Pagou e não recebeu? Choveu e pela milionésima vez acabou a luz da sua casa no “bairro nobre”? Quer pagar um produto em três vezes no cartão de crédito mas, no caixa, te ‘avisam’ que a primeira parcela TEM que ser em dinheiro? Chuta o balde! Chama o gerente, liga pra Ouvidoria da CEB, susta o cheque, abre uma sindicância, cutuca o furão e mostra que tem fila. Acreditem, morria de vergonha de quem fazia isso. Hoje, eu faço com prazer. Cumpro meus deveres, quero meus direitos.
Balde nos relacionamentos
Você só sai com ele. Seu mundo se resume à vida dele. Você saiu do orkut. Bloqueou geral no MSN. Apaga psicoticamente as mensagens do seu celular, independentemente do remetente. Enquanto isso, ele sai com quem ele quiser, ele tem orkut, ninguém trisca no celular dele e o MSN dele tem 3681 amigos. Mas vocês estão brigados porque você foi ao aniversário de 102 anos da sua bisavó bem no dia em que ele queria ficar em casa vendo DVD. “Que egoísta, eu quero ficar só com você, e você quer ficar com aqueles seus primos chatos”, ele diz. Chuta o balde, ele, o DVD. Namorar é bom, mas não é tudo. “Sexo é vida”, mas a falta dele não mata. Te garanto.

*Procurando uma figura para ilustrar o post, achei o blog abaixo. Ela também chutou o balde... Da sensatez.
http://amizadeverdadeira-amizade.blogspot.com/2007/04/chutar-o-balde.html

segunda-feira, abril 16, 2007

Meu agreste particular


Quando eu digo que nem por milagre chove na minha ‘horta sentimental’, as pessoas acham que eu sou exagerada. E soltam o velho bordão: “o que é seu ta guardado”. Se for assim, já era. Porque está tão bem guardado que a pessoa que guardou esqueceu aonde colocou.
Como prova dos fatos, contarei mais uma daquelas histórias que só acontecem comigo:

No final do ano passado, lá estava eu voltando para casa, após um dos ensaios para o musical de Natal. Devido à atividade física, estava com a janela do carro escancarada para passar o calor. Parei em um sinal ao lado de um veículo dirigido por um moço que também estava com as janelas do carro abertas. Apesar de ser tarde da noite, tivemos que ficar no sinal porque tinha um pedestre que, dando uma de Gisele Bündchen, transformou a faixa em passarela e ia bem devagar. De repente ele parou, olhou para o moço ao meu lado, deu um tchauzinho e foi embora, feliz da vida. Incrédula e segurando a risada, dei uma olhada para meu vizinho, que estava morto de sem-graça. Quando me pegou olhando para ele, disse: “esse tchau foi pra você!”. “Desculpa, mas não foi não”, disse eu, e caí na gargalhada. Para alívio do moço, o sinal abriu...

Alguém aí sabe a dança da chuva?

quinta-feira, abril 12, 2007

Momento TPM

"Não posso parar. Porque se eu páro, eu penso; e se eu penso, eu choro"

Tá brabo, tá brabo.


quarta-feira, abril 11, 2007

Tudo por uma silhueta

Há 11 meses atrás, me comprometi a perder 10 quilos e o “formato de barril” que se apoderava do meu ser. “Dez quilos em um ano é moleza”, pensei. E não seria a primeira vez que me disporia a curtir esse desafio. Quando eu tinha 13 anos, mudei de colégio, comecei a jogar handebol e perdi 10 quilos sem esforço. E mantive o corpitcho por muito tempo após. Mas não tenho mais 13 anos, e meu metabolismo não é mais fã de esforços. Ou seja: em quase um ano, só atingi metade da minha meta.
E a culpa é só minha, admito. Mas eu ainda não desisti. Para dar uma acelerada no processo, resolvi aprender a correr. Principalmente depois de ver os resultados espetaculares que a corrida vem trazendo para uma amigona minha. Então, peguei as dicas com ela e, como segunda-feira é dia de começar dieta e afins, lá fui eu para a esteira. É, porque correr na rua é para gente com alto nível, o que não é o meu caso.
Segui as dicas passo a passo: “cinco minutos de aquecimento, depois mais três minutos andando e um correndo, até completar 30 minutos”. Isso na primeira semana. Relógio, água, iPod, top justo e disposição. Tudo pronto.
Comecei bem, o primeiro minuto de corrida passou rápido. O segundo, também. Mas depois.... Cada volta do ponteiro parecia uma íngreme ladeira. O troço passava a impressão de estar emperrado, sei lá. Era o minuto sem fim. Coloquei uma seleção de músicas especiais ‘para correr’, mas eu queria era correr dali. Comecei a pensar que toda aquela suadeira me traria um bom resultado e fui, minuto a minuto, encarando a minha maratona pessoal. E, finalmente, aquela meia-hora passou.
Mas essa foi a primeira hora, do primeiro dia, da primeira semana. Ainda faltam muitas “meias-horas” e, confesso, às vezes bate uma desesperança. E, então, me lembro da minha amiga dizendo “eu já corro 25 minutos”. Repito isso como um mantra e vou em frente. Um dia eu chego lá.

quinta-feira, abril 05, 2007

Corpo estranho

A primeira vez que tentei tinha 28 anos. Já “velha”, eu sei. Mas eu tinha medo, achava que incomodava e era desnecessário. Afinal, existiam outras maneiras para resolver meu problema. Ainda tentei por três ou quatro vezes, mas desisti. Era muito sofrimento.
Mas o tempo passou e, com ele, aumentou a minha necessidade. A essa altura já era necessário que eu me rendesse e aceitasse o desafio. Minha mãe e minha irmã já eram adeptas, por que não eu? E era tudo tão simples e prático, que não podia mais adiar.
Finalmente, incentivada por uma amiga, encarei. Consultei médicos, fiz exames, marquei data. E lá fui eu, feliz da vida. Uma mudança dessas parece simples, mas faz uma diferença danada.
Assim, aceitei aquele corpo estranho em mim. No começo estava tudo meio incômodo, fora do lugar. Parecia que era grande demais, ficou meio torto... Mas, com jeito e devagar, ajeitei tudo e, à medida que ficava umedecido, quase não se percebia que ele estava lá. Sem prática, eu demorava horrores para agilizar o processo. Eram 15, 20 minutos para conseguir. Muito nervosismo e ansiedade. Com o tempo, fui ‘pegando a manha’. Prática é tudo.
Como tudo em excesso é prejudicial, só podia de manhã ou à tarde, para acostumar. Mas depois de uma semana, podia ser o dia todo. Maravilha! Um mundo novo se abriu.
E, agora que eu uso lentes de contato, ninguém me segura.