quinta-feira, novembro 29, 2007

Personagens da minha história

Os 30 anos me fazem ver a vida por meio de uma perspectiva bastante reflexiva, às vezes. Eu, que sempre adorei ler, comecei a pensar sobre as personagens da minha vida. As pessoas que marcaram momentos, épocas e que recheiam minha história.

Primeiro, aquelas que são da família, que são como espelho. Tem também as que agradam e desagradam, mas que estão sempre por perto. Aquelas personagens que chegaram como quem não queriam nada, e que conquistaram papel importante e essencial.

No capítulo ‘vida amorosa’, tem aquele do primeiro beijo, o primeiro namorado, e que hoje é um grande e querido amigo. Tem também aquele do primeiro pé na bunda, e aquele da primeira vez. Ponto e vírgula. Estou à procura daquele que é para sempre.

Existem as personagens que encheram a infância, a adolescência e que persistem até hoje. Que me fazem chorar de rir ao relembrar certos momentos. Que me entendem só de olhar, que guardam minhas lembranças e que confiam em mim para guardar a delas. Aquelas de quem já fui madrinha de casamento, que me deram colo quando perdi meu pai, que celebraram comigo quando passei no vestibular, que me acham divertida. As que sempre se lembram de mim e que por mim nunca são esquecidas.

Aquelas que me buscaram na deprê e que me fizeram rir de novo. Que apostam na minha capacidade profissional até mais do que eu. Que dividem conquistas.

Enfim, aquelas a quem eu amo muito. E que tem lugar garantido até o final da minha história.

domingo, novembro 25, 2007

Amor de barriga


Sou uma pessoa capaz de ficar feliz com a felicidade alheia. Ver meus amigos felizes me deixa muito bem. Neste quesito, vivi experiências diferentes nos dois últimos finais de semana. Pude observar o amor de mãe em suas formas mais sinceras: no durante e no depois da gravidez. E só posso esperar que a vida tenha reservado para mim toda a alegria, beleza e amor que vi nestes dias.

Apesar dos enjôos e de alguns outros inconvenientes, é muito legal perceber as mudanças que acontecem com uma mulher quando ela engravida. São sutis, mas impressionam. De um jeito bom. E não estou falando de mudanças físicas. É aquele famoso ‘brilho’ que dizem que as grávidas têm. Ele existe e é sensacional percebê-lo. Olhar os pais e imaginar como vai ser o rosto daquela pessoinha que está crescendo ali. Eu me divirto.

E depois conhecer a pessoinha. Ver que nem a mais solta das imaginações poderia adivinhar tanta perfeição em um ser tão pequeno. Ver que aquele brilho inicial se multiplica e contagia, tamanha a felicidade dos pais.

Milagres acontecem.

domingo, novembro 18, 2007

A primeira, única e última vez

Assim como o primeiro sutiã, a primeira vez de qualquer coisa que a pessoa considere importante é inesquecível. Comigo, lógico, isso não podia ser diferente.

Lembro bem que, só de pensar no assunto, já ficava nervosa. Eu tinha certeza absoluta que iria ficar tão tensa e, conseqüentemente, passar tão mal, que iria vomitar no meio. Todo mundo falava que eu era doida. O negócio era tão rápido que quando eu visse, já teria acabado, diziam. Animador ou não, resolvi seguir o conselho e enfrentar a coisa. Se todo mundo faz, por que não eu? É seguro e, se eu fechar bem os olhos, não vejo nada e, assim, não passo mal. Com este pensamento, lá fui eu.

Começou devagar. Tudo parecia tranqüilo e seguro. Mas meu coração batia como a bateria de uma escola de samba. À medida que a velocidade aumentava, eu pedia que chegasse logo ao fim. E a animação ao meu redor me deixava confusa. Como alguém pode gostar disso, gente?

Finalmente a velocidade foi diminuindo e a viagem chegou ao fim. Ainda bem. Fiz uma vez, não faço nunca mais. O negócio não é mesmo feito para mim.

Definitivamente, odeio montanha-russa.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Vontade de dar um soco

Viver significa ter que encarar várias coisas, todos os dias. A pior delas, sem dúvida, é ter de lidar com pessoas inconvenientes. Sim, aquele tipo de gente que merece ser mandado à merda diariamente.

Pessoas inconvenientes sempre acham que tudo o que ela fez/faz na vida é melhor do que qualquer outro feito que alguém possa ter realizado. As baladas são as melhores, o fim de semana é o mais imperdível e ela é a pessoa mais linda, paquerada e requisitada do ciclo social. E as histórias legais que elas contam? E as risadas fora de hora?

Sem contar que eles atacam em qualquer lugar. O 'inconveniente' é igual a baratas. É o imbecil que fica no celular dentro do avião, mesmo depois dos repetidos pedidos para desligar o aparelho; é o sem-noção que acaricia a barriga da mulher grávida - independentemente do grau de amizade com a futura mamãe - e mesmo que a barriga nem esteja aparecendo direito; é o estúpido que vai à festas de casamento só para criticar os noivos – aqueles que, por sinal, estão enchendo o bucho do infeliz que nem dá presente. É a praga social que não tem fim.

O último caso de inconveniência que presenciei aconteceu na última sexta-feira. Estava esperando umas amigas em um restaurante mexicano da cidade e, na mesa ao lado, um grupo de sete pessoas conversava animadamente. À medida que a animação subia, aumentava o volume de voz das pessoas e, conseqüentemente, passei a prestar atenção no papo. Conversa vai, conversa vem, tem início um papo sobre amor. Foi a deixa que a inconveniente em questão esperava.

No grupo, havia um casal de estrangeiros que, no quesito amor, não tinha do que reclamar. “Ah, vocês não podem falar, ainda estão em lua-de-mel”, brincou uma das moças do grupo, fazendo referência à recente união do casal. “Vocês casaram há quanto tempo?”, solta a pessoa que, além de inconveniente, é fofoqueira. “Um ano”, responde o simpático casal. “Um ano? Nossa, meu primeiro ano de casada foi o pior da minha vida!”, proclama a sem-noção, dando início a uma lista de histórias cheias de mazelas sofridas por ela. Para piorar a situação, a moça ainda se utilizava de várias gírias, o que dificultava o entendimento do relato. Você já tentou explicar para um estrangeiro o que quer dizer a expressão 'ter o rabo preso?'. A inconveniente tentou. Eu, que estava de butuca na conversa, queria bater nela, imagina o resto do grupo...

Ainda bem que Deus inventou a cerveja.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Um funeral, um casamento e o “número 2”

Tenho um problema sério. Sempre que viajo, sofro os males do que chamo de ‘prisão de ventre geográfica’. Basta ficar longe do meu banheiro para tudo travar. É horrível.

Coincidência ou não, as duas últimas vezes que fui ao Rio de Janeiro consegui celas com janela nessa minha prisão geográfica. A primeira vez, há três anos, estava eu hospedada na casa de uma amiga, mais travada do que cofre. Infelizmente a avó de uma amiga da minha hospedeira faleceu e toda a família teve que ir ao funeral. Como não conhecia a família enlutada, fiquei em casa. Era a brecha que, aparentemente, eu precisava. Meu intestino parece que se deu conta dessa tal ‘liberdade condicional’ e resolveu voltar à ativa. Ainda bem, estava quase apelando para remédios.

Três anos depois volto ao Rio, dessa vez para um casamento. Mesmo lugar, mesma situação embaraçadora. Afinal, estava hospedada na casa da noiva. Por sorte, a mulherada toda resolveu se arrumar no mesmo lugar e, de novo, lá estava eu. Sozinha. E lá estava ele, o senso prático, me dando mais uma chance de não morrer entupida.

Na próxima vez, vou fazer um teste prévio com Activia.