quarta-feira, novembro 29, 2006

A culpa e o desejo

- Oi!
- Oi.
- E aê, beleza?
- Tudo bem. E você?
- Tudo bem, também. Novidades?
- Nenhuma... Tudo na mesma.
- Na mesma? Então, quer dizer que você ainda é virgem?
- Lá vem você com esse papo de novo...
- É que não dá pra acreditar! Você devia estar no Guiness!
- (suspiro)...
- É sério! Você tem noção de que talvez seja a última virgem do planeta?
- Não sou a última virgem do planeta.
- Tem razão. Você divide o título com as feias que ninguém quer.
- Cala a boca!
- Ei, não adianta me agredir. Não é minha culpa. Se dependesse de mim, você já tinha saído dessa há muito tempo.
- Mas não depende de você, então, cala a boca.
- Cabecinha fechada essa sua, hein? Ficar se guardando pra quê? Pra quem? Príncipe encantado não existe, viu?
- Eu sei que não.
- Então... Sai dessa!
- (suspiro)... Eu quero, mas ainda não deu.
- Tem razão, você ainda não deu, hehehe!
- Piada infame essa sua, hein?
- Não é não, é ótima. Você é que não entendeu. Mas quer dizer que você tem vontade?
- Lógico, não sou um iceberg.
- Ufa! Nem tudo está perdido. E por que ainda não?
- Falta de oportunidade. Ou, melhor, falta de coragem, mesmo.
- Putz, que lama.
- Mas isso vai mudar.
- Sua meta de ano novo? De novo?
- Vai ficar me zoando, não converso mais.
- Desculpa, desculpa. Abre seu coração... Pelo menos, isso.
- Você é ridículo.
- Desculpa, não resisti... Afinal tenho que rir pra não chorar com essa história.
- Você tinha que me apoiar. E não ficar me enchendo a paciência.
- Aí é que você se engana. Te encher é minha função.
- Sua função?
- Exato. Eu sou o lado negro da força. Aquele que você não ouve. Ou melhor, finge que não ouve.
- Lado negro da força? Que clichê...
- Clichê, nada, tô na moda. Mas, voltando ao assunto, o que te impede?
- Família, Igreja, criação... Tantas coisas...
- Tudo isso? Muita coisa pra uma pessoa só. Chuta o balde e manda ver!
- Manda ver, nada! E depois?
- Depois vira pro lado e dorme, se você quiser!
- Não é disso que tô falando, criatura!
- Eu sei mas, mais uma vez, não resisti.
- Bom, deixa pra lá.
- Tá bom, tô vendo que você não quer mais conversar.
- Cansei de conversar. Quero agir!
- Ôpa, aí a coisa muda de figura...
- Pois é. Vamos ver no que vai dar. Sem trocadilhos!!!
- Vai lá, então. Ele tá te esperando.
- Vou. Vou mesmo. E seja o que Deus quiser.
- Não mete Deus no meio, senão não rola.
- É, você tem razão. Então eu vou.
- Vai mesmo?
- Vou.
- Essa eu quero ver...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Desigualdade social

- Cadê os homens dessa igreja que deixam uma menina bonita como você sozinha?
- Ai, tio, se o problema fosse só com os homens da igreja...

A resposta infantil reproduzida acima é dada por mim ao pai de uma amiga quase todo domingo. Ele não se conforma com a minha solteirice (pra não dizer encalhe perpétuo). Segundo ele, “na minha época, mulher bonita assim não ficava solteira”. Ele nem é tão velho assim, mas a época dele parece ter sido vivida há séculos atrás.
Depois de muito tempo achando que o problema era comigo, começo a perceber que o problema é mesmo social. Tenho várias amigas na mesma situação. Todas mais ou menos na minha faixa de idade, todas interessadas em achar a alma gêmea, a cara-metade, a tampa da panela ou qualquer outra definição para namorado/marido.
Em Brasília, então, a situação é cada vez mais periclitante. Segundo o último censo do IBGE, feito em 2000, no DF existe pouco mais de 2 milhões de pessoas. Destas, apenas 981.356 são homens. Pra piorar a situação, este número inclui aqueles homens que gostam de homens. Resultado: mercado em crise.
Conselho de amiga: cuide do que é seu. E se você souber de alguém que não é de ninguém, pode me apresentar.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Vai um abraço aí?

Eu amo abraço. Eu amo abraçar e ser abraçada. Não tem nada melhor do que ganhar um abraço.
Tem gente que não gosta desses chamegos todos, mas eu sou fã. E não precisa ser um abraço só de namorado, marido, ‘ficante’, ‘peguete’, nada disso. Abraçar amigos também é tudo de bom.
Carência minha? Talvez. Mas ainda não cheguei ao ponto de colar no meu carro um daqueles adesivos “você já abraçou alguém hoje?” (sou carente, não sou brega).
Tem uma amiga minha que foge de mim sempre que está triste. Ela tem medo do meu abraço porque sempre que nos encontramos em momentos tristes e a abraço ela chora horrores. “Fica longe de mim, não quero chorar”, ela me disse uma vez.
Mas abraço é tão bom e terapêutico que está sendo usado por empresas para enfrentar os problemas de comunicação entre funcionários, surgidos com o uso excessivo de novas tecnologias. Chique, né? Essa campanha surgiu na Confraria Britânica do Abraço Corporativo e já chegou até no YouTube: http://www.youtube.com/watch?=FNd_sBddLzM
Abraço apertado, abraço ‘quero colo’, abraço de aeroporto, abraço de aniversário. Vários tipos para várias pessoas. Qual você quer? Sim, eu vou te abraçar a próxima vez que vir você.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Sai desse corpo que não te pertence!

Estou travando uma nova batalha pessoal: a luta contra as celulites que resolveram se apossar da minha retaguarda (leia-se bunda e coxas).
Comecei usando o lançamento da Nivea, o tal do Bye-Bye Celulite. Apesar do nome comédia, o creminho tava começando a mostrar um relance de efeito. Usei um tubo quase todo... Mas o negócio é complicado. Os buracos continuam aqui, persistentes.
Dia desses estou eu em casa e minha mãe aparece com uma novidade: um creme anti-celulite francês que ela viu na Farmacotécnica com desconto e resolveu comprar. "É ótimo contra a celulite casca de laranja", ela disse.
(N.A: celulite casca de laranja é aquela que esburaca mesmo a pele. Classificada como uma das mais sinistras. Lógico, é o meu caso)
A primeira coisa que pensei foi: "meu Deus, eu tenho celulite casca de laranja e as outras pessoas sabem disso!!". Caiu na boca do povo, já era!
Então, além de malhar (pela 1ª vez paguei e frequentei academia por um semestre, uhuuuu!!!), passo creme todo santo dia. Ah, e o troço 'promete' redução de até 4cm na coxa. Vamos ver... Se der resultado, vocês serão as primeiras a saber.
Ah! pra quem não tem tanta celulite como eu, seguem algumas dicas que achei no site www.celulite.net (sim, celulite tem site):

Como prevenir a celulite
Antes que a celulite se instale, você pode entrar na briga contra esta inimiga. Alguns hábitos, incorporados ao dia-a-dia, podem ser bastante úteis:
- diariamente, após o banho, massageie as pernas e coxas com creme anticelulite. Os movimentos devem ser leves, circulares e ascendentes, desde o tornozelo até o quadril. O mesmo pode ser feito nos braços, indo até o ombro. O processo serve para mobilizar os líquidos acumulados.
- Prefira saltos baixos: o uso de salto alto dificulta a circulação.
- Respire corretamente, para ajudar a liberar toxinas, relaxar as tensões e auxiliar o sangue na sua função oxigenadora.
- A natação e a hidroginástica são as atividades especialmente aconselhadas no combate à celulite, porque trabalham toda a musculatura de forma harmoniosa, além de massagear os tecidos.
- Caso prefira algum outro exercício, escolha um de menor impacto, mais moderado e sem movimentos bruscos, para não agredir os tecidos. Substitua, por exemplo, a corrida pela caminhada.
- Sempre que puder, coloque as pernas para o alto, flexione e estenda os dedos dos pés, faça rotação externa, interna, flexão e extensão dos tornozelos, para facilitar o retorno venoso.
- Quando ficar muito tempo em pé ou sentada, descanse um pouco com as pernas para cima.
- Prefira as peças folgadas e confortáveis. Não use cintas redutoras, que dificultam a circulação venosa e linfática. As roupas justas também prejudicam a circulação.
- Aumente a ingestão de frutas e vegetais crus e cozidos.
- Troque frituras por assados ou cozidos.
- Evite consumir açúcar refinado.
- Evite sal em excesso: ele favorece o edema, fator importante no processo da celulite.
- Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas em geral.
- Evite cigarro: a nicotina e o alcatrão aumentam a espessura dos vasos sangüíneos, dificultando a circulação.
- Beba bastante água, para ajudar a eliminar as toxinas.
- Coma alimentos ricos em fibras (cereais integrais, frutas, verduras), a fim de melhorar seu hábito intestinal

segunda-feira, novembro 20, 2006

A verdade está lá fora

Antes que alguém ache que eu tô doida, tô doida, tô doida, atenção!!! Não deixei de acreditar em Deus e nem no poder que Ele tem sobre a minha vida. Mas não é por causa disso que vou virar a cara para, pelo menos, dar uma olhada em outras coisas...



A princípio desacreditada por mim - incrédula quando se trata de mapa astral, horóscopo e afins - , a tal da teoria do "Retorno de Saturno" tem ganhado certa credibilidade na minha cabeça, principalmente porque seus efeitos apareceram (e aparecem) na vida de várias pessoas que eu conheço (mesmo que muitas delas não saibam que o 'culpado' é o planeta dos anéis). Pra quem não sabe do que estou falando, leia abaixo:


O Retorno de Saturno
Saturno, ou Cronos, o deus do Tempo na mitologia greco-romana, é provavelmente o personagem mais mal falado da astrologia.Conhecido pelos antigos como o “grande maléfico”, o planeta Saturno sofre interpretações preconceituosas há milênios... Também não era pra menos. O assunto de que ele trata não é de forma alguma confortável: responsabilidade, assumir compromissos, optar pela maturidade. Saturno completa o seu ciclo em mais ou menos 28 anos, e nos influencia de forma contundente de 7 em 7 anos, a partir da data do nosso nascimento. Quando nascemos, registra-se em nosso mapa astral o ponto do Zodíaco aonde Saturno estava. Sete anos mais tarde, ele está a 90º daquele ponto, formando a primeira quadratura - é quando mudamos a dentição e damos o primeiro passo no sentido de estruturar a personalidade.Mais tarde, aos 14 anos, é hora de abandonar a infância e entrar na adolescência.Aos 21 chegamos à maioridade reconhecida legalmente e conquistamos novos direitos e deveres, mas é aos 28 anos que vivemos o tão falado “retorno de Saturno”- hora em que o planeta passa pelo ponto do céu aonde estava na ocasião do nosso nascimento.Astrologicamente, este é um momento relacionado à depressão, a um sentimento de opressão social, a sensação de que não daremos conta das responsabilidades herdadas da cultura em que nos criamos. Porém nem sempre é assim.Se pensarmos em Saturno como um personagem ele seria uma espécie de “tutor”, alguém que de tempos em tempos vem nos cobrar realizações. Mas se conseguimos nos tocar aos 21 anos e
começamos a caminhar para assumir aquilo que é responsabilidade nossa, quando Saturno chegar (aos 28 anos), não será para “puxar nossa orelha” mas sim para nos dar uma força, para ajudar-nos a nos estruturar internamente.Quanto mais relutamos em aceitar a maturidade e todas as suas implicações, tanto mais dura será para nós a experiência do retorno de Saturno.“Sintomas”: Idade entre 28 e 30 anos.Desânimo, depressão ou medo por causas um tanto inconscientes. Dificuldades de relação com a família, principalmente com o pai. Chatice, resmunguice, seriedade excessiva. “Remédio”:Tente pensar no lado bom da maturidade: ser dono do próprio nariz, conquistar coisas importantes pelo seu próprio esforço e poder vivenciar o mérito disso, ter a liberdade de ser o que se é. Não negue suas responsabilidades. Assuma a parte que lhe cabe e ficará surpreso quando sentir sobre os ombros um peso muito menor do que imaginou.Procure não confundir as “restrições familiares” com as suas próprias atitudes e necessidades.Troque a palavra culpa por responsabilidade, e lembre-se: tudo tem dois lados e para merecermos a parte agradável temos que nos responsabilizar também pela parte chata. E o mais importante: a pior fase disso tudo não dura mais que alguns meses e logo tudo ficará melhor que antes!
Cau Guanabara
Ainda bem que tudo na vida passa.

terça-feira, novembro 14, 2006

Vítimas da moda


Não, não é bebedeira: todo mundo aí da foto acima tá sim com a mesma roupa. E sabe por quê? Porque foram trouxas o suficiente pra se tornarem 'vítimas da moda'. Sim, pessoal, todas as pessoas aí da fotoca pagaram cerca de R$ 500 (oh, yes, quinhentos reais) por esse vestidinho (macacão, no caso da Cléo Pires) que, cá entre nós, é uma toalha de piquenique rosa.
Eu fico impressionada como nós, mulheres, nos deixamos levar pelas tendências que surgem nesse mundão de Deus. Acho que nem se eu tivesse essa quantia eu pagaria por um vestido desses (cuja marca não irei declarar para não ser processada um dia). Mas as famosas têm 'dindin' sobrando e devem ter caído no conto do 'modelo exclusivo' (pra quem não conhece, o conto do modelo exclusivo é aplicado por estilistas - de renome, até - que garantem pra nós, moçoilas inocentes, que só a gente vai ter aquela maravilha da vestimenta feminina). Sei!
É por isso que, apesar de me aventurar pelas tendências de vez em quando, eu me mantenho no básico: cores sóbrias, sem muitos "frusfrus", estampas e sei lá mais o quê. Tem uma super amiga minha que me disse uma vez que eu sou muito básica. Guilty!
Vale lembrar: longe de mim criticar quem anda na moda. Acho lindo! Mas tem gente que nasceu pra isso, o que não é o meu caso.
E já que falamos de beleza, a nova campanha pela real beleza que a Dove lançou nos EUA é o máximo. Vale a pena dar uma conferida (é só dar play no filme evolution):

http://www.campaignforrealbeauty.com/

quarta-feira, novembro 01, 2006

Mulherzinha: ser ou não ser?

Gente, confesso: eu não sou mulherzinha!!!! Calma, não estou renegando minha sexualidade. Estou falando daquela mulherzinha que não sai de casa de manhã sem se maquiar (eu só passo batom ou gloss porque me acho muito 'amarela'), que tem na bolsa uma super necessaire com um milhão de coisas, que vive chiquérrima sempre, que tem um milhão de óculos escuros (um pra cada tipo de roupa), que troca de guarda-roupa de três em três meses e por aí vai. Também não critico quem é assim, de jeito nenhum. Pra mim, cada um é cada um. Mas eu não aguento ser mulherzinha. E eu até tento!
Ultimamente tenho me cuidado mais. Agora lavo o rosto de manhã com um sabonete especial (coisa que nunca fiz), fiz escova progressiva (não pra ficar muito liso, mas pra abaixar a juba rebelde), passo creme anti-celulite (antes que elas dominem meu corpitcho), malho três vezes por semana e até tô investindo nas roupas. E, confesso, tenho me divertido com essas preocupações de mulherzinha. Dá trabalho, dá preguiça, mas é necessário. Tô enxergando isso.
Minha última aventura no mundo mulherzinha foi um curso de auto-maquiagem que fiz com uma amiguinha querida. Sabe como é, sempre tem um evento que precisa de um pouco de 'auto-investimento'. Então, lá fomos nós. Adorei. Fui a cobaia da professora, passei no teste final, aprendi a disfarçar delineador borrado e gastei o que não podia com produtos.
Enfim, tô deixando a mulherzinha que vive dentro de mim sair de vez em quando. Mas ainda mato baratas.