Escrevo correndo o risco de sofrer represálias. Mas, a vida é feita de riscos, prefiro corrê-los a correr deles. E essa coragem, infelizmente, só me acompanha há pouco tempo.
Pois bem. Dizem (com sotaque baiano, como conheci com uma amiga) que todo japonês adora foto. Sempre achei essa afirmativa um clichê barato, uma generalização besta, uma caricatura da verdade. Mas, hoje, não penso mais assim.
Trabalho para um clichê humano: filho de chinês com japonês, casado com uma coreana. E, como assessora de imprensa, preciso tirar fotos do tal. Mas nunca antes na história da minha vida me imaginei como a fotógrafa que sou forçada a ser diariamente. Sim, porque mais que jornalista, virei um tripé. Sempre com uma máquina pendurada no pescoço, uma bolsa gigante no ombro, e asas nos pés, correndo atrás de uma pessoa com um ego tão grande quanto a cabeça. E pensem numa cabeça!
É foto de tudo. Sim, t-u-d-o. Imaginem aquela cena de filme de comédia barato, em que sempre aparece um grupo de japoneses tirando foto de um fato bizarro. Este grupo soy yo. Meu “modelo” é o fato bizarro. São 30, 40 fotos por dia. Teve um dia que tirei mais de cem. Surreal.
Se esse clichê é real, imagino: será real o fato de que japonês realmente tem p...o pequeno? Esse eu não vou querer descobrir.