quarta-feira, abril 23, 2008

Cérebro de teflon

Vamos esquecer esse negócio de idade e colocar a culpa na demanda de informações que recebemos ao longo da vida – é mais conveniente. Mas a verdade, dura verdade, é que minha antes elogiada boa memória foi-se! Ou melhor, vai-se a cada dia.
Não consigo mais guardar nomes de pessoas, nomes de lugares e outras coisas. Consultas médicas? Pfff! Meu cérebro parece uma frigideira de teflon: não gruda nada! O único dom 'memorável' que me resta é o de saber o aniversário de vááááááááárias pessoas. Amigos chegados ou não. Agora, me pergunto: pra quê?
Me tornei uma daquelas pessoas que não é ninguém sem agenda. Ó céus! Minha santa e paciente chefe que o diga. O que tem de coisa que ela já teve que repetir... De vez em quando a surpreendo com algum ensinamento que ultrapassou a barreira do esquecimento e grudou. Mas só de vez em quando.

domingo, abril 20, 2008

Eu já... (parte final)

... Procurei, achei, e comprei um carro em meia hora;
... Chorei assistindo “Lar Doce Lar”;
... Fingi que era de um cerimonial e confirmei várias presenças ao casamento de uma amiga pra ela não ter que pagar pelo serviço;
... Desisti de me mudar pra Londres;
... Perdi e achei meu passaporte na Disney;
... Achei R$ 50 no chão;
... Fui ao um show da Zélia Duncan sem pagar;
... Entrei em um salão e cortei o cabelo curto sem pensar duas vezes;
... Comemorei meu aniversário em uma boate: chamei 20 pessoas, foram 5;
... Expulsei um manobrista do meu carro;
... Troquei o Flamengo pelo Vasco;
... Saí sem pagar pelo cachorro-quente. Lembrei no meio do caminho de casa, voltei e paguei. E o cara nem tinha percebido;
... Chorei e fiquei de mau-humor quando o Brasil saiu da última Copa;
... Assisti Friends milhares de vezes e morri de rir todas elas;
... Decidi que vou ser feliz.

segunda-feira, abril 14, 2008

Tic-Tac

(Esse é o post nº 100!)

Com o tempo percebemos o que realmente importa na vida. As pessoas, as lembranças. A boca fechada (ou a língua solta), as atitudes, a ligação ou a mensagem de texto. As histórias.

Aprendemos que estar presente não significa necessariamente se falar a toda hora, e que simplesmente estar no momento necessário é tudo. Que perder alguém dói, e que a saudade fica pra sempre.

Que amor não se demonstra só com palavras. Que presente não é pra ser dado apenas em ocasiões especiais. Que nada vale mais do que ser você. Que não dá pra estar em todos os lugares sempre.

Que relacionamento não é prisão. Que educar não é passar a mão na cabeça. Que família é tudo. E amigos são mais ainda.

Que o amanhã pode chegar a qualquer momento. Então, é melhor aproveitar.

quarta-feira, abril 09, 2008

Três letrinhas

Ah, os 30 e poucos anos... Como é bom sair com as amigas da infância e morrer de dar risada com as histórias de ontem e de hoje. As de hoje principalmente, que estão cada vez mais vergonhosas. Ui!

Ontem, em mais um encontro das amigas do colégio, fomos perturbar os consumidores de um restaurante japonês conhecido da cidade. E perturbar é a palavra, porque as gargalhadas estão ficando cada vez mais altas com o passar do tempo.

As gargalhadas mais altas e as memórias, mais apagadas. Cheguei ao restaurante e quatro de nós já estavam lá (éramos sete), ocupando a mesa que reservei. Solícito, o garçom se aproxima e pega as fichinhas repletas de pedidos de sushis e sashimis para mulheres famintas. “Gil, traz uma coca light com gelo e limão”? “Gil, traz molho teriaki”? E o “Gil” trazendo tudo, com um sorriso no rosto, como se estivesse em seu próprio harém. E o tempo passa...

Até que, na metade da noite, uma de nós – que chegou por último – vai fazer o pedido e pergunta quem é o garçom que está nos atendendo. “Aquele ali, o Gil”, responde alguém. “Gil? O nome dele é NEY! Meu Deus...”

Ai, que vergonha! Ai, que vergonhaaaaaaa! Passamos a noite toda chamando o moço de Gil, tadinho. “Ah, eu só lembrava que o nome dele tinha três letras”, justificou-se a balzaca na TPM que confundiu a todas nós – de tão 'íntima' que estava do garçom, todas achamos que eles eram 'chegados' um do outro, tipo amiguinhos. Quer dizer que ela podia ter se lembrado que era Ney, mas não. Pensou em Gil, pensou em Rui... Rui!

Só faltou chamarmos ele de Ana. Também tem três letras!

sexta-feira, abril 04, 2008

Quando um homem ama uma mulher

Dizem por aí que um homem apaixonado é capaz de tudo pelo objeto do seu amor. Tudo de bom, claro. Mas, prezadas leitoras, esta é mais uma história daquelas que só acontecem comigo, então... Como não pode deixar de ser, este é mais um capítulo do caso de amor que Murfy tem com esta que vos fala. Tudo aconteceu na última terça-feira. Esperava um dia normal de trabalho, meio corrido, mas aceitável. E é bem nessas horas, quando a gente acha que está tudo bem, que a merda fede.
Peguem a pipoca!
Cena 1
Primeiro, a reunião que eu tinha meio-dia foi transferida para as 13h. Ou seja, nada de almoço. Tudo bem, comer engorda e eu tô entrando em forma. Mas a bosta da reunião durou mais do que esperado e f... o resto do dia. Saí correndo de um emprego para o outro, mega atrasada. Chego lá embaixo de um calor daqueles de Brasília, por volta das 15h30, e encontro o prédio evacuado. Um gás misterioso invadiu o ambiente e tava todo mundo do lado de fora, naquele esquema “você não pode trabalhar, mas também não pode ir embora”, sabe como é? Enfim, resolvi abstrair e fui comer o pior sanduíche da minha vida. Corta! Volta pro estacionamento.
Cena 2
Cansada de esperar uma solução para o gás, fugi para casa porque precisava publicar uma matéria e revisar outra. No sossego do lar, o cachorro pede desesperado por um rolé de coleira. “Vou dar uma volta com o cachorro, deixa o portão aberto”, gritei para a passadeira, que estava de saída. Já deu pra ver no que deu? Ainda bem que o muro é baixo e o vigia é gente boa e ágil.
Parênteses: Existe uma chave escondida para esse tipo de confusão. Chave essa que eu nunca lembro que existe. Pra quê facilitar se dá pra complicar? Prova de amor, né, gente?
Grand finale
18 horas. Matérias devidamente publicadas. “Ah, vou descansar”. Toca o telefone. “O prédio foi liberado, volta pra cá.” Manda quem pode, obedece quem quer dinheiro no fim do mês. Quase chorando, sigo de volta para o trabalho enquanto o resto da cidade segue para casa. Pelo menos pego o fluxo contrário do trânsito. Chego esbaforida e aí... “O prédio vai ser evacuado de novo, pode ir embora”. TU TÁ DE SACANAGEM, NÉ? Gritou a insana dentro de mim. Como se minha gasolina fosse aquilo que sai do bebedor.
Carro. Trânsito. Dor na cabeça, nas pernas, nos pés. Ensaio até meia-noite. E mais um capítulo da minha corrente história de amor.