segunda-feira, dezembro 24, 2007

Feliz 2008!

Boas festas para todos vocês.
Até o ano que vem!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Nataaaaaaaaaaaaaaaal


Estão todos convidados!
(a foto está pequena para ler, eu sei. Basta clicar em cima dela que tudo fica bem!)

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Vergonha Alheia

Existe sentimento mais desconfortante do que a vergonha? O corpo esquenta, o rosto enrubesce, sai suor por todos os poros... Terrível. Pior ainda é quando você sente isso tudo, e nem é você quem está vivenciando a situação constrangedora. É a tal da vergonha alheia.

Já presenciei vários episódios onde senti vergonha pelo outrem. Vários. De gente que escorrega na escada da saída do cinema a mulheres extremamente mal vestidas que acham que estão abalando. O último episódio aconteceu no último domingo.

Fui ao culto noturno da minha igreja, porque tinha apresentação de cantata de Natal do coral que minha amiga rege – e eu sou doida com criança. Ao final da apresentação, o pastor foi fazer uma breve reflexão sobre o Natal e como tinham muitas crianças presentes, ele usou uma linguagem bem simples. Para atrair a atenção dos pequenos, deu início à sua fala perguntando como se dizia 'Feliz Natal' em línguas diferentes. Uma criança disse em inglês, alguém arriscou um espanhol, o pastor falou em alemão... De repente, um senhor que estava sentado no mesmo banco que eu e a mãe de um amigo – que é tão debochada quanto esta que vos fala -, vira e fala: “Merci Beaucoup”. Cri-cri!

Graças a Deus ele não falou tão alto, mas nós que dividíamos o banco tivemos que fazer um esforço sobrehumano para não cair na gargalhada. E vergonha que eu senti por ele? A mais alheia de todas.

A idade é cruel.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Personagens da minha história

Os 30 anos me fazem ver a vida por meio de uma perspectiva bastante reflexiva, às vezes. Eu, que sempre adorei ler, comecei a pensar sobre as personagens da minha vida. As pessoas que marcaram momentos, épocas e que recheiam minha história.

Primeiro, aquelas que são da família, que são como espelho. Tem também as que agradam e desagradam, mas que estão sempre por perto. Aquelas personagens que chegaram como quem não queriam nada, e que conquistaram papel importante e essencial.

No capítulo ‘vida amorosa’, tem aquele do primeiro beijo, o primeiro namorado, e que hoje é um grande e querido amigo. Tem também aquele do primeiro pé na bunda, e aquele da primeira vez. Ponto e vírgula. Estou à procura daquele que é para sempre.

Existem as personagens que encheram a infância, a adolescência e que persistem até hoje. Que me fazem chorar de rir ao relembrar certos momentos. Que me entendem só de olhar, que guardam minhas lembranças e que confiam em mim para guardar a delas. Aquelas de quem já fui madrinha de casamento, que me deram colo quando perdi meu pai, que celebraram comigo quando passei no vestibular, que me acham divertida. As que sempre se lembram de mim e que por mim nunca são esquecidas.

Aquelas que me buscaram na deprê e que me fizeram rir de novo. Que apostam na minha capacidade profissional até mais do que eu. Que dividem conquistas.

Enfim, aquelas a quem eu amo muito. E que tem lugar garantido até o final da minha história.

domingo, novembro 25, 2007

Amor de barriga


Sou uma pessoa capaz de ficar feliz com a felicidade alheia. Ver meus amigos felizes me deixa muito bem. Neste quesito, vivi experiências diferentes nos dois últimos finais de semana. Pude observar o amor de mãe em suas formas mais sinceras: no durante e no depois da gravidez. E só posso esperar que a vida tenha reservado para mim toda a alegria, beleza e amor que vi nestes dias.

Apesar dos enjôos e de alguns outros inconvenientes, é muito legal perceber as mudanças que acontecem com uma mulher quando ela engravida. São sutis, mas impressionam. De um jeito bom. E não estou falando de mudanças físicas. É aquele famoso ‘brilho’ que dizem que as grávidas têm. Ele existe e é sensacional percebê-lo. Olhar os pais e imaginar como vai ser o rosto daquela pessoinha que está crescendo ali. Eu me divirto.

E depois conhecer a pessoinha. Ver que nem a mais solta das imaginações poderia adivinhar tanta perfeição em um ser tão pequeno. Ver que aquele brilho inicial se multiplica e contagia, tamanha a felicidade dos pais.

Milagres acontecem.

domingo, novembro 18, 2007

A primeira, única e última vez

Assim como o primeiro sutiã, a primeira vez de qualquer coisa que a pessoa considere importante é inesquecível. Comigo, lógico, isso não podia ser diferente.

Lembro bem que, só de pensar no assunto, já ficava nervosa. Eu tinha certeza absoluta que iria ficar tão tensa e, conseqüentemente, passar tão mal, que iria vomitar no meio. Todo mundo falava que eu era doida. O negócio era tão rápido que quando eu visse, já teria acabado, diziam. Animador ou não, resolvi seguir o conselho e enfrentar a coisa. Se todo mundo faz, por que não eu? É seguro e, se eu fechar bem os olhos, não vejo nada e, assim, não passo mal. Com este pensamento, lá fui eu.

Começou devagar. Tudo parecia tranqüilo e seguro. Mas meu coração batia como a bateria de uma escola de samba. À medida que a velocidade aumentava, eu pedia que chegasse logo ao fim. E a animação ao meu redor me deixava confusa. Como alguém pode gostar disso, gente?

Finalmente a velocidade foi diminuindo e a viagem chegou ao fim. Ainda bem. Fiz uma vez, não faço nunca mais. O negócio não é mesmo feito para mim.

Definitivamente, odeio montanha-russa.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Vontade de dar um soco

Viver significa ter que encarar várias coisas, todos os dias. A pior delas, sem dúvida, é ter de lidar com pessoas inconvenientes. Sim, aquele tipo de gente que merece ser mandado à merda diariamente.

Pessoas inconvenientes sempre acham que tudo o que ela fez/faz na vida é melhor do que qualquer outro feito que alguém possa ter realizado. As baladas são as melhores, o fim de semana é o mais imperdível e ela é a pessoa mais linda, paquerada e requisitada do ciclo social. E as histórias legais que elas contam? E as risadas fora de hora?

Sem contar que eles atacam em qualquer lugar. O 'inconveniente' é igual a baratas. É o imbecil que fica no celular dentro do avião, mesmo depois dos repetidos pedidos para desligar o aparelho; é o sem-noção que acaricia a barriga da mulher grávida - independentemente do grau de amizade com a futura mamãe - e mesmo que a barriga nem esteja aparecendo direito; é o estúpido que vai à festas de casamento só para criticar os noivos – aqueles que, por sinal, estão enchendo o bucho do infeliz que nem dá presente. É a praga social que não tem fim.

O último caso de inconveniência que presenciei aconteceu na última sexta-feira. Estava esperando umas amigas em um restaurante mexicano da cidade e, na mesa ao lado, um grupo de sete pessoas conversava animadamente. À medida que a animação subia, aumentava o volume de voz das pessoas e, conseqüentemente, passei a prestar atenção no papo. Conversa vai, conversa vem, tem início um papo sobre amor. Foi a deixa que a inconveniente em questão esperava.

No grupo, havia um casal de estrangeiros que, no quesito amor, não tinha do que reclamar. “Ah, vocês não podem falar, ainda estão em lua-de-mel”, brincou uma das moças do grupo, fazendo referência à recente união do casal. “Vocês casaram há quanto tempo?”, solta a pessoa que, além de inconveniente, é fofoqueira. “Um ano”, responde o simpático casal. “Um ano? Nossa, meu primeiro ano de casada foi o pior da minha vida!”, proclama a sem-noção, dando início a uma lista de histórias cheias de mazelas sofridas por ela. Para piorar a situação, a moça ainda se utilizava de várias gírias, o que dificultava o entendimento do relato. Você já tentou explicar para um estrangeiro o que quer dizer a expressão 'ter o rabo preso?'. A inconveniente tentou. Eu, que estava de butuca na conversa, queria bater nela, imagina o resto do grupo...

Ainda bem que Deus inventou a cerveja.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Um funeral, um casamento e o “número 2”

Tenho um problema sério. Sempre que viajo, sofro os males do que chamo de ‘prisão de ventre geográfica’. Basta ficar longe do meu banheiro para tudo travar. É horrível.

Coincidência ou não, as duas últimas vezes que fui ao Rio de Janeiro consegui celas com janela nessa minha prisão geográfica. A primeira vez, há três anos, estava eu hospedada na casa de uma amiga, mais travada do que cofre. Infelizmente a avó de uma amiga da minha hospedeira faleceu e toda a família teve que ir ao funeral. Como não conhecia a família enlutada, fiquei em casa. Era a brecha que, aparentemente, eu precisava. Meu intestino parece que se deu conta dessa tal ‘liberdade condicional’ e resolveu voltar à ativa. Ainda bem, estava quase apelando para remédios.

Três anos depois volto ao Rio, dessa vez para um casamento. Mesmo lugar, mesma situação embaraçadora. Afinal, estava hospedada na casa da noiva. Por sorte, a mulherada toda resolveu se arrumar no mesmo lugar e, de novo, lá estava eu. Sozinha. E lá estava ele, o senso prático, me dando mais uma chance de não morrer entupida.

Na próxima vez, vou fazer um teste prévio com Activia.

terça-feira, outubro 30, 2007

365 dias


Hoje o blogoso faz um ano, aêêêêêêêêê!!!

Gostaria de agradecer a todos aqueles que me visitaram durante este período. Que dividiram comigo risadas, lágrimas, opiniões...

Obrigada pelas visitas, pelos comentários e pelo apoio para que eu não pare de escrever.

Valeu, gente!

sexta-feira, outubro 26, 2007

Investimentos

Entro na reta final dos meus 30 anos, pelo menos em um aspecto, como sempre vivi: praticamente quebrada financeiramente. Todo mês que acho que vai sobrar algo para a poupança, aparece uma coisa pra resolver. Mês que vem terei que trocar os pneus do carro que, segundo meu padrasto, estão ficando carecas. Saco.

Não sei e não consigo guardar dinheiro. E tenho grande parcela de culpa nisso, porque se eu tenho algum e vejo algo que me lembra alguém, pumba!, presenteio mesmo. Sei que não sou o Papai Noel e nem o Bill Gates (nem a Madre Teresa, como brinca uma amiga minha). Apenas alguns seres do meu círculo têm esse privilégio.

E existem gastos que valem muito a pena, independentemente do momento financeiro. Fazer um esforço para realizar desejos é recompensador. Ninguém nunca vai me tirar as coisas boas que vivi quando fui a Buenos Aires, meu primeiro espetáculo do Cirque du Soleil, o meu conforto por poder ter aparelhos de TV e DVD no meu quarto, as risadas que dou revendo meus “boxes” com minhas séries prediletas, o prazer que sinto em ouvir meus CDs originais. Desperdício? Pode ser. Mas, nunca se sabe o dia de amanhã. E caixão não tem gaveta. Ou tem?

terça-feira, outubro 23, 2007

Selva de Pedra

Que eu adoro criança, todo mundo sabe. E foi esse um dos motivos que me fez acordar às 6h30 da manhã no feriado do dia 12 para me enfiar na fazenda de um amigo meu, com um grupo de amigos e mais 65 crianças da minha igreja. E o que parecia ser um mega-programa-de-índio-com-cotação-mil-machadinhas, foi muito legal.

A Fazenda Ercoara é uma fazenda de criação de ovelhas. Aproveitamos o local para mostrar às crianças os animais que muitas delas nunca tinham visto. Gente, que experiência ótima! Levamos às crianças ao aprisco onde ficavam os cabritinhos e a expressão do rosto delas pegando aqueles bichinhos no colo e tirando foto valeu todo o sono e o calor que eu estava sentindo. Em um mundo onde as crianças já nascem cercadas de tecnologia e são fotografadas ainda na maternidade, ter a oportunidade de conviver com ovelhas no meio do mato foi sensacional para elas. E vê-los absorver aquele monte de coisas foi especial pra mim. Fiquei pensando que eu não tive essa oportunidade quando pequena e espero que meus filhos/sobrinhos possam sair um pouco dessa vida urbana que a gente leva e ter suas próprias experiências.

Sem contar que as crianças são engraçadas demais! Tinha um de três anos – haja confiança desses pais em nós, “tios” – que foi pronto pra tudo: levou repelente, roupa camuflada, pomada para picadas de bicho. “Tem que passar imediatamente se alguma coisa me picar”, disse ele. Outra, que deve ter uns 4 anos, levou biquíni, sundown, toalha e roupa pra trocar. Na hora de se molhar, pegou tudo na mochila. “Tia, trouxe tudo que precisa!”. Sem esquecer da máquina digital. Isso é que são crianças bem treinadas.

sábado, outubro 13, 2007

Bum!

Aprendi hoje: cabelos brancos são conseqüência de perda de energia vital.

E como você perde energia vital?

Tendo filhos e tendo sexo.

Conclusão:

Eu sou uma bomba atômica.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Sentimento de pertencer

Há três anos atrás, tive depressão. Leve, segundo minha médica - e Deus me livre de conhecer a pesada -, mas tive. Devido ao meu estado de espírito – que era conseqüência do meu ’insucesso’ na carreira -, passei a sentir ojeriza pela minha profissão. A palavra “jornalismo” me causava arrepios e enjôo. De verdade. Era uma sensação esquisitíssima.

Vendi meu carro, me matriculei em um curso de inglês em Londres e comecei a me preparar para sumir daqui e deixar para trás tudo de ruim que a vida estava me oferecendo. Mas a vida tinha outros planos para mim, e nesses casos querer não é poder. Só sei que de repente, na caverna aonde tinha em enfiado, surgiu uma luzinha de esperança, de que tudo ia ficar bem. No meio do meu caminho tinha um holofote... E uma força pra levantar a cabeça e seguir em frente que Deus só tinha me dado uma vez, depois que meu pai morreu. Pois aí estava Ele de novo, me ajudando como sempre. Só faltava que eu enxergasse isso.

Fiquei. Recuperei o dinheiro da viagem. Arrumei emprego mesmo me sentindo muito insegura. Mas era a hora de provar para mim – e só para mim – que eu era capaz de vencer aqueles sentimentos ruins que tinham tomado conta de mim por tanto tempo.

Prova disso é que hoje trabalho em dois lugares. Tudo bem que em um deles rola um esquema de freela. Tudo vale. Enfim, neste lugar existe muita burocracia. Todo mundo tem crachá, um de cada cor para cada função. Apesar de estar lá há quase 5 meses, até esta semana eu andava por lá apenas com a minha cara-de-pau. Mas tudo mudou. Recebi meu crachá e, de quebra, permissão para usar o estacionamento dos funcionários. “Agora você é gente”, brincou uma amiga minha que trabalha no mesmo local. Mal sabe ela que esse foi, para mim, um dos melhores sentimentos. Depois de tudo o que já me aconteceu, é muito bom ter esse sentimento de pertencer.

sábado, outubro 06, 2007

Pergunta sem resposta




Você já parou para pensar qual a sua função neste planeta azul e verde e redondo que você habita? Eu já. Várias vezes. Acho que penso nisso há 30 anos, e até hoje não encontrei uma resposta que me dê paz de espírito.

Acredito que, na verdade, tenho uma grande parcela de culpa nessa história. Fica difícil definir minha utilidade aqui, se ainda não sei direito quem sou totalmente. Mais uma questão em branco na minha prova de vida.

Para alguns sou a amiga engraçada que sempre tem alguma tirada para alegrar o dia. Gosto disso. Fico feliz em saber que tenho ‘o poder’ de fazer alguém rir. É confortante e ajuda nas horas de consolar o próximo (o que não significa que eu conto piadas em enterros. Tenho noção!).

Para outros, sou o ouvido nas horas de desabafo; ou, sou o ombro nas horas de tristeza; a companhia para o cinema de fim de tarde no domingo; a memória das lembranças escolares; o ‘pau pra toda obra’; aquela que nunca esquece os aniversários; que dá presentes sem motivo; que diz ‘eu te amo’ sem vergonha. Enfim, sou muitas coisas para as pessoas, e isso me deixa orgulhosa. Infelizmente, nem sempre isso é suficiente.

Existem os dias – como os de hoje – quando eu só queria ser a mulher da vida de alguém, mesmo que essa vida durasse pouco. Queria ter alguém para tomar sol na piscina de casa, ou sair para comer junto, para ir ao cinema, dar uma volta no shopping, tomar um chopp. Alguém que fosse comigo à Feira do Paraguai colocar um cabo no meu som para que eu use meu iPod no carro. Alguém para me arrumar para, que me desejasse, que quisesse me apresentar para os amigos. Que pudesse ir comigo aos meus encontros com amigas casadas. Que agüentasse minha TPM. Que brigasse comigo para depois fazer deliciosas pazes. Alguém que dissesse que me ama também.

Tem vezes que ser solteira dói.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Coisas de mulher

Dizem por aí que mulheres que convivem por muito tempo ficam menstruadas na mesma época. Dizem também que amizade e trabalho não combinam. Pois cá estou eu para provar que ambas as teorias são, se não furadíssimas, no mínimo complementares. Quer ver?

Na minha sala trabalham quatro pessoas: três mulheres e um homem. E tudo corre na mais perfeita paz, sempre. E não é coisa que acontece há um mês ou dois, não. Há anos que o clima é esse. Obviamente, rolam uns esporros, mas eles são tão esporádicos quanto as chuvas no mês de agosto. Mais óbvio é perceber que, com ou sem esporros, a amizade entre nós prevalece. Pode ser a água do local, mas a meu ver todo mundo lá tem maturidade suficiente para conseguir separar as relações - pessoal e profissional. Logo, essa teoria de amizade não combinar com trabalho só serve para gente insuportável.

O que nos leva à ‘lenda’ da menstruação. Eu nunca acreditei nisso, até HOJE. Achei que o fato de estar malhando e fazendo dieta pudesse ter interferido no meu ciclo, mas isso é mais balela do que a teoria em si. O lance do convívio tem fundamento, sim. E o mais engraçado em perceber isso é que, se rola menstruação, rola também TPM conjunta.

E aí, meus amigos, haja chocolate.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Vivendo e aprendendo


Em mais um capítulo da série “aprendendo sobre casamento com as amigas”, lá estava eu com ouvidos atentos para absorver tudo sobre um momento decisivo da vida a dois: a divisão do banheiro. Segundo relatos de amigas fiéis, ter apenas um banheiro em casa é mais instigante do que possa parecer. É um desafio diário e uma prova de amor incontestável.

Por exemplo: acredito eu que a maioria das pessoas concorda com a afirmação de que ter que fazer cocô na frente do ser amado é a situação mais humilhante que se possa enfrentar. Pois bem. Você acorda de manhã e tem que passar por todos os trâmites preparatórios para um dia de trabalho: banho, escovação de dentes e cabelos, maquiagem etc. Seu marido, que se arruma assustadoramente rápido, entra no banheiro primeiro e lá se aloja por 40 minutos para depositar no vaso o que foi produzido durante a noite. E não adianta esmurrar a porta, pedir por favor, pressa, nada. Só existem duas coisas a serem feitas: ou você se atrasa ou divide o banheiro com o trono do rei.

Outra situação: depois de um dia aparentemente feliz, ambos chegam a casa. Um com ânsia de vômito, o outro com diarréia, decorrentes de muita bebida misturada com comidinhas duvidosas. E agora, José? Não dá pra cronometrar nenhuma hipótese de revezamento. Solução encontrada e relatada a mim: vaso pra um, balde de lixo pro outro. No corredor.

Também ouvi relatos de gente que tomou um Almeidão para se livrar do intestino preso, urrou de dor no vaso e o teve o maridão/companheiro segurando a mão e agachado ao lado; gente que vomitou e, por puro reflexo, deu um ploc no marido para agradecer o apoio; gente que acordou de madrugada com o marido super-ultra-mega bebum vomitando na cama igual criança. Vale tudo por amor.

Quem casa quer casa com dois banheiros.

quinta-feira, setembro 20, 2007

O bom, o ruim e o Sex and the City

O dia que foi um dos dias mais importantes da minha vida foi também um daqueles que você quer apagar da memória para uma grande amiga minha. De um lado, eu experimentava uma grande experiência pessoal. Do outro, ela conhecia os limites da arrogância e da falta de caráter de um indivíduo que frequenta o mesmo local de trabalho.

E como acontece em toda amizade, nos falamos para dividir ambas as experiências. Enquanto eu estava feliz por mim e puta por ela, ela estava arrasada por ela e feliz por mim. Fazer o quê nessas horas? Não existe muito que falar, nem muitas atitudes a se tomar. Nada dá muito jeito em nenhuma das situações.

Nos encontramos, uma para ser ombro outra para ser ouvido. Mas, na verdade, bastava simplesmente estar ali. E para momentos assim, nada melhor do que assistir Sex and the City.

E ali ficamos nos divertindo com aquelas histórias às vezes tão parecidas com as nossas. Comendo, dando risada e criando boas lembranças depois de um dia tão cheio de emoções tão diferentes.

Viva a amizade feminina.

sexta-feira, setembro 14, 2007

No escurinho do cinema


Há muitos anos atrás, quando a HotZone ainda se chamava Divertlândia e eu tinha uma facilidade assustadora para emagrecer, fui ao ParkShopping comemorar o aniversário de uma amiga de infância no McDonald’s (um dos únicos da cidade naquela época).

Como toda adolescente metida à besta, eu e outra amiga – dois anos mais velhas que a aniversariante – estávamos achando aquela comemoração toda muito infantil e resolvemos ir ao cinema.

Como o filme já tinha começado, entramos e nos sentamos nos primeiros lugares que vimos: as duas últimas cadeiras junto à parede (sim, as salas de cinema ainda não sonhavam com reforma e cadeiras aconchegantes). Filme rolando, me entra uma senhora no cinema. Quando me dei conta, lá vinha a senhora na nossa fileira, que estava toda ocupada. Eu estava sentada na última cadeira, do meu lado só a parede, e lá vinha a velha, pedindo licença e se dirigindo sabe Deus para onde. Intrigada, cruzei os braços e as pernas e fiquei esperando o desfecho da história (essa hora, o filme já tinha ido pro saco). E lá vinha a velha...

Quando me dei conta, lá estava ela, a velha, sentada no meu colo!!! Sim, meus amigos, a velha sentou em mim, pegou no meu joelho (achando que era o braço da cadeira) e já ia se acomodar. Mas só aí ela percebeu que o que ela segurava era o meu joelho – eu ria tanto que não conseguia falar nada -, se virou para trás e falou: “ué, tem gente aqui?”

TEM, minha senhora, eu tô aqui! Com a fileira inteira rolando de rir, a velha se levantou, pediu desculpas e saiu em busca de outro lugar. E eu, que tinha ido para uma festa de criança, recebi uma quase lap dance de uma velha caquética.
Tem coisas que só acontecem comigo.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Pá-pá-pá, tum!


Ah, as coisas que já aconteceram comigo nestes meus 30 anos... Lembrei de uma história ótima. Já aviso, o tema de hoje é sexo. Pudicos, caso não queiram lê-la, cliquem aqui.

Carnaval. Odeio. Prefiro ficar à milhas de distância de qualquer agitação. Juntei-me com amigos que pensam o mesmo e viajamos, certa vez, para uma fazenda, longe de qualquer lembrança da festa. Dentre os amigos, alguns casais.

Nos momentos homens pra lá jogando bola, e mulheres aqui falando besteira, começamos a debater um assunto muito pessoal: sexo e suas nuances, claro. Cada uma começou a falar o que já fez, o que gostaria de fazer, e o que não pretendia fazer nunca. Neste tópico, o tema principal foi o sexo anal. Enquanto a maioria absoluta das moçoilas presentes dizia que “nunca, jamais” iria permitir tal coisa, uma das minhas amigas observava a conversa, quieta. Findado o burburinho inicial, ela me solta a seguinte pérola: “gente, existe uma técnica. É só pá-pá-pá, tum!. Três tapinhas e uma lá, e assim vai, até o resultado final”. Assim, como se não fosse nada de mais. Pasmas e incrédulas duvidamos da tal técnica, e mudamos de tema.

Na manhã seguinte, acordei cedo – maldito relógio biológico – e fui para a cozinha comer algo. Dei de cara com outra amiga que também tinha se levantado e, como o resto do pessoal ainda dormia (e a casa era pequena, e qualquer barulho era ouvível), começamos a preparar o café no maior silêncio. De repente, vindo do quarto da nossa amiga liberal, o som. “Pá-pá-pá, tum!”. E de novo: “pá-pá-pá, tum!”. Mais uma vez: “pá-pá-pá, tum!.”

Nunca fiz tanta força para segurar uma gargalhada na vida. Minha amiga e eu nos olhamos e saímos correndo até o quintal, o mais longe que conseguimos, para poder rir em paz. Lá estava ela, a técnica, sendo utilizada – e comprovada, pelo visto. Ah, o amor matinal...

Minutos depois, me aparece a amiga liberal, com o maior sorriso na cara, crente que ninguém sabia de nada. Mal sabe ela que a gente sabia de tudo.

Antes que alguém pergunte: não, eu nunca tentei a técnica.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Grama, pra quê te quero?

Há dois anos atrás, fui com uma amiga, pela primeira vez, a Buenos Aires. Destino escolhido, pesquisamos, montamos um roteiro de lugares para visitar e coisas para fazer, e lá fomos nós.

A viagem foi super divertida, tudo deu certo, conseguimos visitar quase tudo o que queríamos. Deixamos para ir ao Museu de Belas Artes no último dia de viagem e, ao chegarmos lá, descobrimos que terça-feira é o único dia da semana em que o museu não abre. Tudo bem, ainda tínhamos muito que fazer. Sentamos em um banquinho em frente do museu e fomos olhar o mapa, para pegarmos as direções do próximo ponto a ser visitado.

Quando estávamos saindo, chega o Steve. Um nova-iorquino que também deu com o nariz na porta do museu e veio puxar papo, perguntar sugestões de outros lugares. Papo vai, papo vem, nós duas impressionando o moço com nosso “inglês de nível universitário” (segundo ele), sugiro que ele vá dar uma volta no parque, já que era o meio da manhã de um dia lindo em Buenos Aires e o parque era logo ali.

“Obrigado, sou de Nova Iorque, já vi grama demais na vida”. TUBISH! Fui querer ser legal, tomei um fora na lata.... Sem graça de tudo, sugerimos uns lugares distantes – para ele morrer de andar no calor – e fomos embora. E eu que tava achando o moço bonitinho...

segunda-feira, agosto 27, 2007

A mão que balança o berço


Ainda não chegou a minha hora, mas uma grande amiga minha anda desesperada em busca de uma babá. Ela quer alguém que não minta, não jogue fora a comida da filha para alimentá-la com gelatina, e que não jogue os vestidinhos lindos direto na máquina de lavar. Difícil...

Apesar de árdua, a tarefa de achar uma quase ‘super nanny’ tem seus momentos de diversão (?). Acreditem, os diálogos são reais. As respostas, no entanto, são tão surreais que deixariam Max Geringer de cabelo em pé. Abaixo, trechos das entrevistas que minha amiga (G) fez com as pretendentes a babás (Bb). Juro que não acrescentei nada.

Diálogo 1
G: O que você faz quando a criança começa a chorar muito?
Bb1: Ah, fico meio desesperada, porque bebês não sabem falar, e a gente não sabe o que eles querem, né?
G: E aí?
Bb1: Eu tento de tudo, mas quando nada adianta, eu
arribo minha blusa (ela fez o gesto!!!!) e boto o bebê no meu bucho!

Diálogo 2
Bb2, com a chave do carro na mão: Onde eu vou estacionar lá na casa da senhora? Tem garagem? Eu tenho carro.
G: Olha, meu prédio tem garagem, mas as vagas são para os moradores. Você pode estacionar no estacionamento público do prédio.
Bb2: E se roubarem meu carro?

Diálogo 3
G: Você fuma?
Bb3: Não senhora! Só quando eu bebo...


Diálogo 4 (o meu preferido)
G: Você sabe cozinhar?
Bb4: Seio.
G: Você sabe passar roupa?
Bb4: Seio.
G, pensando: não vou ter preconceito, não vou ter preconceito...
Mas, enquanto G pensa, Bb4 enfia a mão dentro da blusa, coça o sovaco, tira a mão e cheira o dedo.

Coração de mãe sofre.

sexta-feira, agosto 24, 2007

No chão do banheiro

Tenho que admitir: a veia dramática que nós, mulheres, possuímos é de deixar qualquer indivíduo com cromossomos XY de cara. E qual é o melhor lugar para descarregar as lamúrias? O chão do banheiro.

Quando o Denny morreu, a Izzie ficou alguns dias deitada lá. Quando a Carrie e o Aidan terminaram o noivado, ela ficou três horas sentada no chão, sem coragem de encarar a vida de solteira. O que aconteceu nos episódios das séries Grey’s Anatomy e Sex and the City acontece também conosco. Pelo menos, comigo. Eu, por exemplo, já tomei banhos mega demorados só pra poder me acabar de chorar embaixo do chuveiro. E ainda usei a desculpa esfarrapada de que derrubei xampu nos olhos, por isso eles estavam vermelhos. Ah, tá.

E a 'cena da parede'? Quando você encara uma discussão daquelas, se tranca no banheiro – único lugar onde sua privacidade não é violada -, encosta na parede chorando, descabelada, e vai descendo lentamente até a bunda encontrar o chão. A 'cena da parede' é tão famosa que, pode perceber, não existe novela sem ela. E tem gente que ainda se olha no espelho para ver as marcas que a choradeira deixou no rosto. Clássico.

Dormir abraçada ao vaso sanitário depois de um porre? Isso nunca aconteceu comigo. Mas eu tenho amigas que já usaram o chão do banheiro como apoio para a ressaca.

Lição do dia: mantenha o chão do seu banheiro sempre limpo e desinfetado. Você nunca sabe quando precisará dele.

domingo, agosto 19, 2007

A condição de ser Mulher


Meu cunhado me incumbiu de escrever uma visão feminina sobre um texto dele, publicado em seu blog (http://helioismael.blog.uol.com.br/). Pois bem, cá estou. Uma de suas afirmações masculinas refere-se ao fato de que os caras “comem porque são homens e têm a obrigação”. É como se fosse um dever. Ou eles comem, ou o mundo perde o eixo e explode. Foi assim que interpretei algumas de suas observações, e é a esta ‘afirmação’ que me apegarei. Não vou discutir programação de TV aos domingos e outras coisas ditas por ele, porque isso não me incomoda. Cada um é cada um e faz o que quer.

Pois bem. Minha primeira observação é: hahahahahahahahaha! Homens, vocês não comem só porque são machos!!!! Vocês comem porque nós, mulheres, queremos ser comidas. Simples e direto. Não tem nada no mundo que os faria bem sucedidos se nós não permitíssemos que a fornicação rolasse. Olha o ditado: quando um não quer...

E isso independe se fomos criadas por Deus de forma artesanal ou se somos meras mortais comuns. Meus queridos, não se enganem: para cada Brad Pitt, Deus fez milhares de “Zés Bonitinhos”. Leia-se: você não é o Brad Pitt, o Gianechinni, o Fábio Assunção. E outra: vocês não escolhem, são escolhidos. E essas escolhas não dependem só de beleza, não são tão superficiais. Vamos parar de hipocrisia. Não conheço ninguém que só pegou homens maravilhosos ou mulheres perfeitas. Isso aqui é a Terra, vida real, não é um episódio de Barrados no Baile.

Se eu sou feminista e mal-humorada, como disse meu querido cunhadinho no início do seu texto, não sei. Acho que não. Me acho a maior legal! Só que, além de legal, sempre falo o que eu penso. E por ser assim, não resistirei a uma dica sobre a programação de domingo: larguem a televisão, só passa porcaria. Vão ao cinema, durmam, vão ao shopping, ao BsB Mix, ao motel. Ou, se é pra assistir TV, assistam em ambientes separados. Ninguém nasceu grudado, né?

quarta-feira, agosto 08, 2007

Brahma Sharia forçada

Como faço mensalmente, ontem saí com minhas amigas de escola. Se antes falávamos de garotos e trocávamos papéis de carta, hoje falamos de sexo e trocamos sugestões para apimentar a vida a dois (vocês já ouviram a do Halls preto?). Trocamos, não. Elas trocam e eu ouço atentamente para usar o dia em que minha vida for levada a dois.

Pois bem. Risadas à parte, eu descobri que um dos meus problemas tem nome: brahma sharia. Em bom português, abstinência sexual. Imposta pelo universo, obviamente, visto que eu me amo e nunca, jamais, em tempo algum, faria isso comigo mesma. Mas a técnica usada pelos iógues (calma, escrevi como se pronuncia) mais, digamos, em contato profundo com seu eu interior, está sendo usada em mim por forças maiores do universo. Sim, porque não tem outra explicação para o meu Saara individual.

Quer dizer, explicação há, mas nenhuma que me satisfaça. Julguem-me, me apedrejem, me rotulem. Eu não dou pra qualquer um. Sei que achar sexo é mais fácil que achar figurinha do Harry Potter, mas não é isso que eu quero. Quero alguém que me ame também. Se eu sou piegas, careta, sem noção, o problema é meu. Mas que eu não pedi essa bendita brahma sharia de recompensa, eu não pedi. "Eu só quero um amor que alegre o meu sofrer". É pedir demais?

No entanto, tudo tem seu lado positivo. A próxima vez que eu for à ginecologista e ela me perguntar o que eu faço para prevenir a gravidez, vou responder, com ar misterioso: “Brahma sharia. É uma técnica indiana”. Boa, né?

*Aos que levam a yoga à sério, não me levem à mal. Minha função aqui é divertir, nunca insultar.

domingo, agosto 05, 2007

Eu já... (Parte II)*

... Caí no meio do meu local de trabalho. Saí como se nada tivesse acontecido, mas entrei na minha sala com vontade de chorar. De vergonha;

... Mudei a música no rádio do carro porque tava tocando Ana Carolina (que eu adoro), mas minha amiga que tava de carona não gostava;

... Ganhei uma cesta de café da manhã, almocei com a família, comi crepe com amigas e fui ao RoadHouse à noite com meus primos em um único dia, pra comemorar meu aniversário;

... Liguei pra um garoto fingindo ser da bilheteria de um show só pra saber se ele ia (disse que estava fazendo um levantamento, hehe);

... Fui ao cinema e vi um filme completamente sozinha. Quase tirei a roupa pra provocar Murfy e suas leis;

... Virei a noite trabalhando;

... Perdi a voz por falar demais;

... Fui a todas as apresentações de uma peça infantil que tinha amigas no elenco;

... Tomei conta de uma criança perdida no shopping, que acabou vomitando no meu sapato, de tanto chorar;

... Bati o telefone na cara de ex-namorado;

... Fingi que não sabia nada sobre uma fofoca só pra conseguir mais informações (eu sei, isso é muito feio);

... Tomei suco de manga, que eu odeio, pra não fazer desfeita pra dona da casa;

... Passei a gostar de sorvete de flocos de tanto comer pra não fazer desfeita;

... Disse ‘eu te amo’ e fiquei no vácuo;

... Saí e voltei do orkut, mas só adicionei quem eu quis;

... Combinei e não fui.


* Se você não leu a primeira parte, vá até o dia 27 de abril :)

quinta-feira, agosto 02, 2007

Out of Order


TPM = total falta de inspiração = falta de novidades no blog

Volto em breve.

sexta-feira, julho 27, 2007

Frase do dia



“A trepada da felicidade é sempre a que engravida”

Frase proferida por uma grande amiga durante conversa sobre mulheres que engravidam depois de transar para fazer as pazes com o parceiro

segunda-feira, julho 23, 2007

Coxas, para quê te quero?

Tarde de segunda-feira. Clima ameno, brisa suave. Próxima à piscina, me preparo para a terceira, última, e mais importante etapa do Projeto 31 (ou o que chamo carinhosamente de ‘minha operação tapa-buracos’): a massagem. Já voltei pra academia, já fui à nutricionista e, com a massagem, espero conseguir me livrar de muitas das malditas celulites que habitam meu corpo.

“Vou fazer uma massagem no rosto pra relaxar”, avisa Rosa, minha massagista. Percebo que o céu é logo ali. Cabeça e rosto relaxados, ela desce para os pés. Paraíso! Por que eu demorei tanto tempo para investir em mim, só o gerente do meu banco sabe. Mas, agora que posso arcar com tais despesas, sai de baixo.

Sai! Sai de baixo! Meu Deus, porque as coxas doem tanto??? Estava tudo muito bom para ser verdade. Depois de pés e batatas das pernas, chegou a vez das coxas, onde está a maior concentração de celulites que um corpo movido a Coca-Cola há quase 30 anos pode ter. “Gente, é muita dor! É muito sofrimento”, gritam internamente minhas coxas. A culpa é delas, lógico, que ficaram guardando celulites e gorduras como se fossem badulaques. “Tá doendo muito”? Acho que Rosa viu minhas caretas de dor. “Um pouco. Suportável”, disse eu, dando uma de durona e pensando na utilidade das coxas. Para quê temos duas?

Duas coxas, duas bundas (ou duas metades de uma bunda, que seja). O dobro de dor. Graças a Deus a barriga é uma só. Mas tudo dói.

Finalmente, costas e ombros, que não acumulam gordura. O famoso “bate e assopra”. Afinal, alguma coisa boa tem que ficar na memória para a próxima sessão.

sexta-feira, julho 20, 2007

Dia da Amizade

Escolhi meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer,
Mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metada velhice.
Crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto
E velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos
Nunca me esquecerei que a normalidade é uma ilusão estéril

Autor desconhecido

terça-feira, julho 17, 2007

Desgosto ou complô?


Toda a imprensa nacional publicou a mesma história hoje: o ilustríssimo senhor Presidente da República ficou triste com as vais recebidas na abertura dos Jogos Pan-Americanos na sexta-feira e, claro, só há uma explicação para tamanho desrespeito: foi tudo armação. Na Folha de S. Paulo, Lula disse que, quando terminou o evento, "várias pessoas vieram dizer que tinha sido organizado, que gente tinha recebido convite".

Ah, me poupe!!! Pára tudo!!! É muita cara-de-pau acreditar que uma demonstração de desgosto da população brasileira, cansada de ser governada por uma pessoa tão tosca, tenha sido um complô do prefeito do Rio de Janeiro. Eu não recebi um tostão, não conheço o César Maia, moro em Brasília, e vaiei. Do sofá da minha casa, vaiei, aplaudi e morri de inveja de quem estava lá fazendo tudo ‘ao vivo’.

Ilustríssimo, baixa a tua bola. O senhor não é o presidente que pensa ser, ou que as pesquisas mentirosas de popularidade dizem que o senhor é. Não foi um complô da classe média e alta, que o odeia só porque o senhor é metalúrgico; não foi um plano infalível do prefeito do Rio (e se tiver sido, que bom que deu certo). Foi uma demonstração deliciosa de desgosto com o seu governo de mentiras, impunidade, corrupção e viagens internacionais. Foi, como disse Chatão Bueno, um exercício de democracia. Mil vezes “uuuuuuuu” para o senhor e para a corja de malditos que o cerca.

Relaxa, presidente, eu não tenho um plano. Meu protesto pára por aqui.

P.S.: Caros leitores, se eu sumir, ou for presa por desacato, me visitem e levem chocolates.

sexta-feira, julho 13, 2007

Minha vida sem bússola


“Você precisa sair para os lugares certos”.

De tanto ouvir essa famigerada frase, começo a convencer-me de que Brasília é uma ilha e eu sou uma personagem de LOST. Porque as pessoas me dão tanta certeza de que eu só vou para os lugares errados que estou pensando seriamente em comprar uma bússola, pendurá-la no pescoço e sair por aí pra ver se alguém me acha.

Minhas amigas que já encontraram o amor estão empenhadas em achar a metade da minha laranja. Não sei se é por pena ou se é para não perderem minha companhia – não saio com casais, de vela, nem por dinheiro – mas a tal missão impossível não dá certo, segundo algumas delas, porque eu não vou aos lugares certos.

Então peço a vocês, caros leitores, que me dêem indicações de lugares certos. Adianto que não suporto balada. Será por isso? Os lugares estão certos, a errada sou eu? Vai saber...


quarta-feira, julho 11, 2007

domingo, julho 08, 2007

Curiosidades de julho de 2007

Dia 2 foi segunda;
Dia 3, terça;
Dia 4, quarta;
Dia 5, quinta;
Dia 6, sexta; e
Dia 7, sábado.

Semana legal e cheia de coisas boas!

quinta-feira, julho 05, 2007

Casamento e patrimônio



Diálogo 1
− Ai, eu quero esse óculos!
− Ele é lindo mesmo, amiga.
− Eu sei. Já tive um e me roubaram, por isso quero outro.
− Então, leva. Passa o cartão.
− Tá doida? Não vou comprar agora. Vou em casa pegar o cartão do Rogério e passar no dele. Ele nem vê... Vou fazer igual ao que eu faço na Ortiga. Compro o que quero sem gastar um tostão do meu bolso.
− É, assim é melhor, mesmo.
− Aceita AMEX?

Diálogo 2
− Presente? Eu só peço jóias pro meu marido.
− Ah, eu também.
− Só pode me dar jóias. Afinal, nós mulheres temos que criar nosso patrimônio, não é?

Os diálogos acima não foram inventados, são reais. E provêm de mulheres que eu particularmente denomino “putas de família”. Classifico as mesmas como mulheres que fazem do casamento sua fonte de renda. Casam e pronto: nada de trabalho. Se trabalham, não gastam seu dinheiro, gastam o do marido, que quase sempre não percebe nada. O pior de tudo: as putas de família se orgulham disso.

Existem diferenciais, claro. Conheço uma história de uma mulher que ganha cerca de R$ 8 mil por mês de salário. Todo esse dinheiro ela usa para fazer compras. O marido cuida das contas e de todo o resto de necessidades da família e da casa. “Seu salário é para você, querida”.

Ter que andar na rua e ouvir essas barbáries me irrita até o último fio do meu cabelo. Como existe gente fútil no mundo, meu Deus! Pessoas que só falam de roupas, sapatos, acessórios e academia. Roriz renunciou? Renan está reinventando o “Dia do Fico”? Nada disso é interessante. Esse tipo de acontecimento não entra na pauta de conversas, é chato.

Viva a classe média.

terça-feira, julho 03, 2007

Crônicas do vôo 7466: a pirataria, o laptop e o urso

Depois de esperar por duas horas, finalmente embarquei no vôo que me levaria ao meu destino. “Férias, u-hu!” pensei eu, pela milésima vez.

Mas como nem tudo acontece como a gente quer, teve confusão na marcação de assentos e, com isso, recolocação de pessoas. Resultado: eu, que estava feliz e isolada na última fileira do avião, tive que dividir meu canto com um homem que parecia um urso. Além de grande e largo, roncava que era uma beleza. Durante as duas horas e meia de vôo! O urso só suspendeu a hibernação pra comer a barrinha de cereal...

Decidida a não me estressar, resolvi se concentrar no meu sono. Mas mal fechei os olhos, e o bebê da fileira ao lado começou a chorar. Claro. It’s my life. Culpa minha, que levei um livro fino que li durante a espera pelo vôo.

Sem ter para onde ir, eis que se acende uma luz no fim do túnel. Ou melhor, na fileira da frente. Um inspirado (e fofo) moço ligou seu laptop. “Vai jogar paciência”, pensei. Tolinha! Ele começou a ver Homem-Aranha 3. Legendado!

Usando a cara-de-pau que Deus me deu, estiquei o pescoço e comecei a ver o filme. O moço me pegou no flagra, claro. “Tô roubando seu filme”, falei, certa de que ia ter que pagar ingresso. “Quer que aumente o volume?”, ele disse.

E lá ficamos nós: o moço fofo, o DVD pirata, o laptop e o urso dorminhoco. Pena que não tinha pipoca.

terça-feira, junho 26, 2007

É tudo culpa da CARAS!

Eu tenho uma teoria: relacionamentos entre famosos não dão certo por causa da revista Caras. Pode prestar atenção. É só sair na capa da revista, declarando-se apaixonado que, pumba!, é o fim. A capa do mês seguinte vem com a manchete “a solteirice de fulana. Feliz, ela fala tudo sobre o término do namoro”.

Duvida? Pare e pense. Foi assim com a Débora Secco e o Falcão, e o Maurício Mattar (não me lembro dos outros que ela namorou); a Galisteu e o Roger, o Senna, o Justus; a Angélica e o Maurício Mattar, o André Calainho, o Maurício Mattar de novo (mocinho rodado este!); a Ana Maria Braga e o segurança, o garçom, o boiadeiro; Breguessa Camargo e o Dado Dolabella, Breguessa e o vestido exclusivo (que de exclusivo não tinha nada. Não foi relacionamento, mas o fim foi triste); e, para finalizar, Eliana e Eduardo, Eliana e Roberto Justus (outro rodado. Ainda bem que sou morena e pobre!). Isso só para citar alguns casos que comprovam minha teoria. Existem exceções, claro. Mas elas não vêm ao caso.

O caso mais recente é o do namoro da Marina Mantega e do Marcos Paulo. Dia desses, eu li uma entrevista dos dois, que planejavam até filhos. Agora, tudo acabou “por causa do caos aéreo”. Caos aéreo nada, culpa da Caras!!

Ainda bem que o Gianechinni já saiu na capa da revista. Agora, só falta ele me descobrir.

sexta-feira, junho 22, 2007

Aaaaaaaaaahhhh......


Era só isso que eu queria dizer :)

terça-feira, junho 19, 2007

As pessoas da minha vida


Vi essa expressão em uma série de TV e achei muito interessante. “Fulana é a minha pessoa”. E não se trata, aqui, de alma gêmea ou amor para a vida toda. “A pessoa” é um amigo. É aquele pra quem nós nos voltamos em qualquer momento da vida. Para falar as coisas boas, as ruins, as dúvidas, as certezas. É a pessoa que ouve as novidades em primeira mão. É quem te esculacha quando é necessário. É quem reconhece seu humor pelo “alô” ao telefone. É quem te “percebe”.

É verdade que nem sempre a gente pode contar com a mesma pessoa a vida toda. As pessoas mudam, exageram nas atitudes, te decepcionam, se afastam ou precisam ser afastadas. Faz parte. O mundo dá voltas. E o melhor dessas voltas é descobrir pessoas novas, ou se dar conta de que existem pessoas ‘velhas’ que ainda estão ali com você.

Às pessoas da minha vida (que não são muitas, mas são essenciais), um muito obrigada por tudo. Vocês sabem quem vocês são.

sexta-feira, junho 15, 2007

Eu quero super-poderes

Hora: meio-dia e quarenta;
Local: tesourinha na Asa Norte;
Temperatura interna do veículo: uns 30 graus;
Meu nível de paciência: inexistente;
Vagas para estacionar: igualmente inexistentes.

Sob essas condições acima descritas, me pus a pensar em como seria bom poder voar. Imagina: economia de gasolina e menos estresse. Só isso já me satisfaria. Nada de ficar rodando atrás de um canto para estacionar, ou parada no trânsito, ou sendo surpreendida por motoqueiros insanos que te cortam pela esquerda. Ah, que maravilha! Voar seria maravilhoso! Tirando um pombo aqui e outro ali... E o dinheiro que eu economizaria eu investiria no meu penteado anti-vento, lógico.

Melhor ainda seria se pudesse me tele transportar. Pensar em um lugar e pumba! Abrir o olho e já estar lá. Se bem que, esse tipo de poder demandaria muito esforço e concentração. É muita massa corpórea para ser movimentada assim. Melhor não.

Não gostaria de ser imortal. Viver pra sempre significaria ter de ver as pessoas de quem gosto todas irem embora, e acho que não vale à pena. Imagina: é muita perda de identidade, todo mundo que te conhece indo embora e você ali, tendo que lidar com inúmeras perdas. Tô fora. Nem aos 100 anos eu quero chegar. Ficar sem amigos? Jamais! E viver demais significaria ter que conviver com a Dercy Gonçalves e o Niemeyer, os highlander brasileiros. Hum...
O último que for, me leva!

terça-feira, junho 12, 2007

Diário de uma menina sem namorado*



Querido diário,

Hoje eu tive um dia de cão. Mais um Dia dos Namorados e eu, sozinha. Mais um para a minha coleção. Quantos eu tenho mesmo? Já devia ter ganhado um prêmio por passar tanto tempo sem comemorar essa data.

Pior do que estar sozinha é ter que sair de casa. Quando acordei hoje, orei aos céus e pedi uma diarréia, uma gripe, um torcicolo, que fosse! Algo que me deixasse na cama e não me obrigasse a sair e ver outdoors românticos, faixas, nada disso. Mas alguém tem que trabalhar nesse país. Que sejam os solteiros.

Chego ao trabalho, e dou de cara com um sem-teto que resolveu morar na porta do prédio onde fica minha sala. Se isso já não bastasse, lá está ele “batendo uma”. É isso mesmo. Um cinco contra um matinal e público. Já que ninguém o ama, ele mesmo ajeita a situação. Viva o amor próprio!

Passou o dia. Mas tive que ir ao shopping comprar um presente de aniversário. Justo hoje! Tem coisa pior do que entrar em uma loja e ver aquele sorriso falso da vendedora que te atende? E a pergunta: “É pro namorado?” Não! E a dissimulada te olha com uma pena gigantesca. Tá com pena? Me dá um desconto, porra! Ah, se eu pudesse falar tudo o que passa pela minha cabeça...

Casa, finalmente! Aqui estou segura. Que nada! “Dá comida pro cachorro que vai todo mundo sair pra jantar fora”, sou obrigada a ouvir. Ração pro cachorro, miojo pra mim. Novamente peço aos céus por aquela diarréia. Não para mim, mas para os que vão jantar fora. Coisas da amargura.

Pijama, edredon e a santa televisão a cabo que repete as mesmas coisas, mas não toca no famigerado 12/06. Viva a ignorância.


*Esse diário não é meu. Não tenho diário, tenho blog. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.


sexta-feira, junho 08, 2007

Deu tilt no relógio biológico

Estou de volta!

Não sei quantos de vocês já assistiram ao filme “Três Solteirões e Um Bebê”. Eu sempre me diverti ao ver a cena em que o Tom Seleck, um dos solteirões, vai ao supermercado comprar apetrechos para o bebê largado na porta do apartamento dele e dos colegas. Quando ele chega ao corredor destinado às comidas e fraldas, a infinidade de produtos é tanta que ele quase enlouquece.

Coisa de filme? Nada disso. Eu fiquei assim na semana passada. Fui ao mercado comprar umas coisinhas e, ao chegar, uma moça com uma menininha no colo me parou e pediu dinheiro. Eu não tinha. Olhei para a moça: magérrima, pálida, com olheiras profundas. A neném era a coisa mais fofa. Como meu coração de manteiga não agüenta ver uma criança passando necessidade, atendi à moça e me comprometi a levar as fraldas e o leite de que a menininha precisava. Crente que estava abafando, me certifiquei da idade da neném para “comprar o tamanho certo de fralda”. Ó, doce ilusão.

Peguei meus produtos e fui, toda contente, para o corredor de fraldas e afins. E fiquei igual ao cara do filme: a variedade de tipos, tamanhos e preços é absurda. Não sei se por falta de almoço (já eram 14h30), mas fiquei tonta em meio a tantas opções. “Ah, vou levar a fralda para crianças com dois anos”, pensei eu. Mas, caras leitoras, a coisa não é assim. As fraldas são divididas por peso, e não por idade. Lógico. Se com os adultos são assim, com as crianças também. Dã. “E agora? Tem crianças que nascem com 2,9 kg, mas têm umas que nascem com quase 5kg. Não, mas geralmente os homens nascem nesse peso. A neném tem quase dois anos, então...” As divagações rodavam na minha cabeça. Peguei um pacotão para bebês até 10kg e fui comprar o leite em pó que a mãe pediu. Fim da primeira fase do desespero.

“Agora é só pegar duas latas de leite em pó e pronto”. HÁ-HÁ. Deu pra ouvir a risada do destino quando olhei para a prateleira. “Tá de sacanagem!”, disse eu, sozinha, para mim mesma. Vocês sabiam que existem, no mínimo, uns sete tipos diferentes de leite em pó? Eu não sabia. Leite normal, desnatado, adicionado de sais e minerais, e blábláblá. Juro, eu quase chorei. E se o que eu escolhesse desse alergia na criança e ela tivesse um troço? E se o organismo dela não aceitasse o leite? Minha cabeça começou a doer. Comprei leite Ninho para crianças até 3 anos. “Sempre tomei esse e não morri, não vou matar a neném”, apostei eu.

Entreguei tudo para a mãe da criança, que foi tentar trocar a fralda. O tamanho não era aquele. Destino 1x0 eu. Desde então, descobri que estou longe, muito longe de estar pronta para ter filhos, apesar dos 30 anos. Tudo bem que, além de experiência, me faltam dinheiro e marido. Mas isso são detalhes.

quarta-feira, maio 30, 2007

Zoológico

Cheguei atrasada no cursinho ontem e tive que sentar fora do meu canto habitual. Conseqüentemente, fiquei cercada de um monte de gente engraçada. Observado os seres ao meu redor, classifiquei algumas das figuras com quem eu convivo. No meu zoológico tem...

O bicho-chato: aquele cara que acha que sabe tudo (se soubesse não estava fazendo cursinho, né?), que ri de tudo o que o professor fala – muitas vezes, sozinho, como se só ele tivesse entendido a piada – e que sempre tem um comentário a fazer. Pra piorar, fala fino, é gordinho e cabeçudo, mas faz questão de sentar na sua frente e tapar sua visão.

O bicho-burro: encontrado também no gênero feminino. É aquela pessoa que pára a aula pra perguntar o que o professou acabou de falar. E se alguém ressalta a estupidez da pergunta, ele apela e agride verbalmente. Devia entrar em extinção.

O bicho-preguiça: não necessita de muitas explicações. Chega, deita e dorme. A aula toda. Só se levanta no intervalo e na hora de ir embora.

O bicho-doido: está explícito que ele só está lá porque alguém obrigou. A mãe, o pai... Chega largadão, com mp3 player no ouvido, não copia quase nada. E também não incomoda ninguém.

A tartaruga: que as tartarugas vivem mais de cem anos, todos sabemos. Mas estudar com uma “tia-velha”, ninguém merece. Essa espécie tem características peculiares e irritantes: usa sempre a mesma roupa (“roupa de ir pra aula”), reclama de tudo o que acontece na sala – o ar-condicionado, as conversas paralelas, as piadas do professor, a cadeira nada confortável. Chega 5 minutos antes do início da aula e quer conseguir um lugar na frente, longe do vento do ar-condicionado, na carteira de canhoto e ao lado de um lugar desocupado para poder colocar a bolsa. Tudo isso em uma sala com 150 pessoas. Para piorar, se mete na conversa dos outros e faz questão de declarar: “o casamento salvou minha vida”. Ah, tá. O casamento. Sei bem o que te salvou...

quarta-feira, maio 23, 2007

Um divã e um cofrinho

Não vou me casar por agora, mas já tenho dois itens em uma lista de presentes: um divã e um cofrinho. Jornalismo, Direito, nada disso. Eu devia ter feito Psicologia. Nunca pensei nisso, mas chego à conclusão de que tenho cara de psicóloga.
Não me incomodo em ouvir problemas de amigos e aconselhá-los quando solicitada. Pelo contrário, fico feliz. Ser uma boa amiga é a única coisa que eu sei fazer perfeitamente (sem modéstia mesmo). Mas, ultimamente, pessoas totalmente alheias ao meu círculo de amigos têm me procurado para dividir suas lamúrias. Então, quero um divã (com rodinhas e dobrável, de preferência) e um cofrinho. Já que eu tenho que ouvir as histórias dos outros mesmo sem pedir, vou tirar proveito disso.
Certa vez, quando eu estava no 2º ano do ensino médio, uma colega de classe se sentou na minha frente, olhou para mim e disse: “você me passa uma confiança danada, quero conversar com você”. E começou a chorar, do nada. E desabafou todos os problemas. Ouvi, claro, falei o que eu achava... A partir daí, o negócio degringolou. Já ouvi confissões sexuais, já me pediram para acobertar traições, sei ‘podres’ de pessoas com quem tenho zero relacionamento. Em 100% dos casos, as informações provêm de pessoas com quem tenho (ou já tive) relacionamento profissional ou superficial (do tipo “oi, tudo bem, bom dia” e afins).
Os casos piores acontecem com gente que eu nunca vi na vida. Já cansei de entrevistar pessoas por telefone e encerrar a ligação sabendo muito além daquilo que eu perguntei. Peguei uma linha cruzada uma vez, onde duas amigas estavam discutindo por causa de um cara e, quando vi, estava de intermediária da briga. Já me ligaram para fazer uma pesquisa sobre os veículos de comunicação da cidade e eu fiquei uma hora no telefone com a pesquisadora, batendo o maior papo. E por aí vai.
A última aconteceu essa semana. Fui colocar gasolina e, na hora de passar o cartão, o frentista puxou papo. “O clima tá seco, né? Aí o povo aproveita para não vir trabalhar. Dos quatro que tinham que estar aqui, só tem eu. Já vi que vou sair às nove da noite. Faz duas semanas que eu trabalho além da hora. Saio às cinco da tarde. Quis tirar folga no sábado, mas não deixaram. Era pra eu sair às duas, saí às seis e ainda ouvi reclamação. Um monte de gente querendo trabalhar e eles segurando esse povo. E fica sobrecarregando a gente. E quem não vem nem liga pra avisar, não”. Acreditem se quiser. O moço quase não respirava entre uma frase e outra. E eu lá, esperando a chave do carro. Se eu tivesse meu divã e meu cofrinho, nem tinha pagado a gasolina.


sábado, maio 19, 2007

And The Oscar goes to...


O que você faria se, aos 30 anos e à beira de um ataque de nervos, recebesse uma ligação assim:

“Olá! Meu nome é fulana* e quem me deu seu telefone foi a siclana*. Ela é sua amiga, não é? Pois bem, ela te presenteou com uma hidratação facial completa. Ela é minha cliente, e estamos promovendo produtos estéticos para a pele. São produtos importados e, a princípio, estamos divulgando apenas com pessoas indicadas. A siclana indicou também a irmã dela. Você está interessada?”

Isso aconteceu comigo há duas semanas. Como foi uma amiga quem me indicou, concordei. E aí começou o meu inferno particular. Por motivos que não vêm ao caso, tive que remarcar o agendamento da tal da hidratação. Desisti e tentei escapar, mas a “esteticista” não me deixava em paz. Me ligou tanto, e tão insistentemente, que fui.

Marquei a “consulta” para ontem, sexta-feira, às 14h. Cheguei ao “consultório” e, assim que adentrei a sala, percebi a cilada. Esteticista o caramba, a mulher vendia HERBALIFE. Eu ia sair e fugir, mas ela me viu. Tarde demais.

Então, começou a “novena”. A mulher me sentou e deu início àquele discurso sem fim que eles aprendem na lavagem cerebral. Falou, falou, falou e falou. E eu listando, mentalmente, todas as maneiras possíveis de matar a tal da “amiga” que tinha me posto nessa roubada. Finalmente, decidi: estou no inferno, vou abraçar o capeta. E entrei na onda da fulana. Assumi minha cara-de-pau e fui a melhor das ouvintes, a mais crédula das clientes. Agi como se estivesse à frente da solução de todos os meus problemas. Elogiei os produtos, exaltei seus efeitos...

Fiquei lá por uma hora e meia. Ao fim, claro, veio a conta. Dos oito produtos que ela usou em mim, escolhi três como os mais “fundamentais para a minha beleza”. Ela acrescentou mais um e soltou a bomba (já esperada por mim): “são R$ 270,00”. Fiquei com medo de ela ouvir a gargalhada dentro da minha cabeça. Mas mantive minha máscara de madeira, olhei sério pra ela e disse. “Ok. Mas, eu não vim aqui comprar nada.” Ela insistiu, me deu descontos, falou que eu podia dar cheque pré-datado... “Eu não vim aqui comprar nada”, repeti, como um mantra. “Olha, desculpa se você perdeu seu tempo, pois estou aqui há mais de uma hora, mas não vou levar nada. Vim para uma hidratação, e só”. Sem graça, ela esclareceu que minhas desculpas não eram necessárias. Afinal, ela não estava lá para vender e, sim, para divulgar os produtos apenas. E lá veio a gargalhada mental, de novo...

Como última tentativa de conseguir algo, ela apelou: me pediu dez indicações de amigas (coloquei cinco pessoas: três foram totalmente inventadas e as outras duas foram devidamente instruídas por mim para mandarem a fulana à merda, caso ela ligue), e me ofereceu emprego. Sim!!! “Você é muito simpática e comunicativa. Quer ganhar até três mil reais de renda extra, trabalhando apenas três horas por dia?” A deixa que eu esperava.

“Nossa, jura? Lógico, quem não quer? Vai ter um coquetel na quinta à noite? Você me arrumaria um convite? Ótimo, quero muito vir, sim, muito obrigada”, disse eu, na minha melhor atuação da vida. “Na terça-feira eu te ligo para saber do convite”, completei.

E saí, depois de ser devidamente apresentada para o dono do escritório, que ganha R$ 14 mil só com Herbalife. Com ódio da minha amiga e com fome, pois eram 16h e eu não tinha almoçado. Mas, feliz: minha cara-de-pau estava muito bem hidratada.

*Os nomes foram preservados porque eu sou educada

segunda-feira, maio 14, 2007

Prova de amor

Como algumas pessoas já sabem, eu tenho um amor secreto. Ele não larga do meu pé e aparece sempre nos momentos mais indesejáveis. O nome dele é Murphy, aquele da lei, que quase sempre resolve aprontar comigo, e só comigo. Vamos aos fatos.

Há mais de um mês atrás aderi às lentes de contato por dois motivos: primeiro porque minhas córneas necessitavam de apoio; e, segundo, porque queria ver uma amiga entrando na igreja no dia do seu casamento sem ter aquela neblina na vista, e sem ter que esconder minha produção atrás dos óculos. Para evitar qualquer imprevisto, fiz tudo com antecedência e segui as recomendações à risca. Usei as lentes por um mês, fiz o teste, sem problemas. O casamento, marcado para o dia 12 de maio poderia, enfim, ser acompanhado por mim. Mas....

Meu olho esquerdo começou a doer. Não agüentava ficar cinco minutos com a lente. Fui à médica, que detectou uma ferida na minha córnea. Passei remédio, tirei a lente, fiquei curada. Uma semana depois, novo machucado e novo diagnóstico. “A curvatura da lente está errada, vamos ter que substituí-la. A nova chega entre 15 e 20 dias”. Isso aconteceu na segunda-feira da semana do casamento. Resultado: fui com uma lente só.

Dia do casamento. Eu, madrinha dedicada, cheguei à igreja na hora marcada e fui atrás do meu padrinho. Ele não estava lá. Eram dez casais, e só ele não apareceu. Faltando 10 minutos para o início da cerimônia, descobrimos que ele estava no banho, em casa. “Murphy filho da p...”, já pensei eu. Mas não foi dessa vez que ele me derrubou. Utilizei-me da minha cara-de-pau e catei um dos primos da noiva pra entrar comigo. Ela não deve ter entendido nada quando nos viu...

Minha nova meta de vida: me livrar das conseqüências da lei de Murphy. Alguma sugestão?

segunda-feira, maio 07, 2007

Questionário divino

Como todo adolescente em idade universitária, escolhi o Jornalismo pensando em ter uma grande carreira, entrevistar grandes personalidades etc. O mercado de Brasília, no entanto, derrubou minhas pretensões...
Mas, se me fosse dada a oportunidade de poder entrevistar a Deus, eu teria tantas perguntas... Algumas infantis, algumas divertidas, várias delas de cunho pessoal, lógico – o que me desqualificaria como uma profissional competente. Who cares?
Enquanto a oportunidade não vem, divido com vocês o meu “questionário”:
1 – Quais os números da Mega Sena da semana que vem?
2 – A Dercy Gonçalves é eterna?
3 – Irá Romário fazer o milésimo gol?
4 – O que as mulheres devem aprender com as cólicas menstruais? Elas têm algum propósito?
5 – São as depiladoras fundamentais para a existência da raça humana? É por isso que temos pêlos em lugares desnecessários e doloridos?
6 – Por que há um Brad Pitt para cada milhão de aberrações em forma de homens? E por que todos os Brad Pitt estão localizados em lugares desconhecidos, ou são casados, ou são gays?
7 – Por que uma pessoa com formação acadêmica ganha muito, muito menos que um jogador de futebol, cantora do Calypso, Sheila Mello, BBBs, Xuxa, Faustão...
8 – Para que servem o culote, as celulites, as estrias e a gordura abdominal?
9 – Os personagens de LOST estão mortos, no purgatório, em outra dimensão, sonhando ou no inferno?
10 - Dizem que o que é meu tá guardado. Sabes aonde?

E você, alguma pergunta?

sexta-feira, abril 27, 2007

Eu já...

Coisas que eu já fiz (ou que fizeram comigo) nesses meus 11052 (e contando) dias de vida:

... Tive dois dentes de leite extraídos de maneira não-ortodoxa: um caiu quando minha mãe se virou com uma sacola (de presentes!!) na mão. Eu estava impaciente atrás dela, ela não sabia, a sacola bateu na minha boca e o dente voou longe. O outro caiu quando minha delicada irmã, ainda pequena, me deu um tabefe na cara, hehe;
... Chorei horas, quando criança, porque queria um abraço da minha irmã e ela não quis me dar de jeito nenhum (fróid explica a carência?);
... Fiquei dois dias sem fazer xixi em um acampamento da igreja porque tive nojo do banheiro;
... Escondi uma bala dentro de uma botinha vermelha que eu tinha quando criança pra comer sem ninguém ver. Esqueci a bala lá, fui pra escola, brinquei o dia inteiro e, quando cheguei em casa, a bala estava derretida e toda grudada na minha meia;
... Quase morri engasgada com uma bala Soft ;
... Voltei a pé da escola. Como sempre pegava carona com uma amiga quando meus pais não podiam me buscar, pensei em voltar com ela. Mas os pais dela pensaram a mesma coisa. Resultado: do Maristão a 306 Sul (com pit stop na 309) andando numa linda e calorenta manhã de sábado;
... Saí do cinema sem conseguir parar de chorar por causa de um filme ridículo;
... Dei plantão na noite de ano-novo quando era estagiária (e otária);
... Caí no meio da faculdade e fingi que tinha torcido o pé;
... Fui a um casamento sem calcinha pra não marcar o vestido;
... Fui assediada por um padre no colégio católico onde eu trabalhava, e quase dei uma porrada nele. Lógico, ele foi demitido;
... Chorei na frente do meu chefe;
... Combinei roupas com amigas;
... Namorei sem gostar e gostei sem namorar;
... Andei quilômetros para ir a um zoológico ver um urso polar de perto e, ao chegar lá, o urso não estava;
... Cortei pessoas da minha vida que foram importantes, mas que me decepcionaram;
... Chorei de rir por coisas bobas, mas que ficam na memória;
... Escrevi cartas e e-mails que nunca mandei;
... Presenteei pessoas importantes pra mim sem motivo específico;
... Vi filmes repetidos no cinema porque combinei com pessoas diferentes e não queria decepcionar ninguém;
... Acabei-me de chorar ao me despedir de amigos que viajam para passar um tempo fora (e choro até hoje);
... Pensei em sumir daqui e desisti.
Outro dia eu conto mais.

sábado, abril 21, 2007

Meu alvo, o balde

Mudei muitas coisas com a chegada dos 30 anos. Repensei várias atitudes, me livrei de um monte de lixo – material e emocional –, e me libertei socialmente. Escolhi o balde como meu alvo e, sempre que é necessário, meto o pé nele. Nossa, é libertador! E existem muitos tipos de balde para serem chutados. Eis alguns:
Balde no trânsito
Como se sabe, Brasília é uma cidade muito educada. Tão educada que, aqui, não se buzina. Quando isso acontece, pode reparar: está todo mundo na rua te olhando, como se você estivesse jogando a mãe da janela. Dá até vergonha... Quer dizer, DAVA vergonha. A buzina é uma das minhas maiores aliadas ultimamente. Me cortou, entrou na minha frente a 4km/h? Pééééééééé!!! Buzino, e buzino muito. Não xingo, não agrido. Só buzino. Chute com classe, o melhor que há.
Balde em estabelecimentos comerciais
Pediu Coca-Cola Light Lemon com gelo e limão e recebeu Coca-Cola normal só com gelo, e ainda ouve do garçom um “ai, já abri essa lata”? Estás numa fila e chega um engraçadinho carregado de coisas que, coincidentemente, conhece a pessoa que está na sua frente e que, por isso, acha que tem o direito de entrar na fila? Pagou e não recebeu? Choveu e pela milionésima vez acabou a luz da sua casa no “bairro nobre”? Quer pagar um produto em três vezes no cartão de crédito mas, no caixa, te ‘avisam’ que a primeira parcela TEM que ser em dinheiro? Chuta o balde! Chama o gerente, liga pra Ouvidoria da CEB, susta o cheque, abre uma sindicância, cutuca o furão e mostra que tem fila. Acreditem, morria de vergonha de quem fazia isso. Hoje, eu faço com prazer. Cumpro meus deveres, quero meus direitos.
Balde nos relacionamentos
Você só sai com ele. Seu mundo se resume à vida dele. Você saiu do orkut. Bloqueou geral no MSN. Apaga psicoticamente as mensagens do seu celular, independentemente do remetente. Enquanto isso, ele sai com quem ele quiser, ele tem orkut, ninguém trisca no celular dele e o MSN dele tem 3681 amigos. Mas vocês estão brigados porque você foi ao aniversário de 102 anos da sua bisavó bem no dia em que ele queria ficar em casa vendo DVD. “Que egoísta, eu quero ficar só com você, e você quer ficar com aqueles seus primos chatos”, ele diz. Chuta o balde, ele, o DVD. Namorar é bom, mas não é tudo. “Sexo é vida”, mas a falta dele não mata. Te garanto.

*Procurando uma figura para ilustrar o post, achei o blog abaixo. Ela também chutou o balde... Da sensatez.
http://amizadeverdadeira-amizade.blogspot.com/2007/04/chutar-o-balde.html

segunda-feira, abril 16, 2007

Meu agreste particular


Quando eu digo que nem por milagre chove na minha ‘horta sentimental’, as pessoas acham que eu sou exagerada. E soltam o velho bordão: “o que é seu ta guardado”. Se for assim, já era. Porque está tão bem guardado que a pessoa que guardou esqueceu aonde colocou.
Como prova dos fatos, contarei mais uma daquelas histórias que só acontecem comigo:

No final do ano passado, lá estava eu voltando para casa, após um dos ensaios para o musical de Natal. Devido à atividade física, estava com a janela do carro escancarada para passar o calor. Parei em um sinal ao lado de um veículo dirigido por um moço que também estava com as janelas do carro abertas. Apesar de ser tarde da noite, tivemos que ficar no sinal porque tinha um pedestre que, dando uma de Gisele Bündchen, transformou a faixa em passarela e ia bem devagar. De repente ele parou, olhou para o moço ao meu lado, deu um tchauzinho e foi embora, feliz da vida. Incrédula e segurando a risada, dei uma olhada para meu vizinho, que estava morto de sem-graça. Quando me pegou olhando para ele, disse: “esse tchau foi pra você!”. “Desculpa, mas não foi não”, disse eu, e caí na gargalhada. Para alívio do moço, o sinal abriu...

Alguém aí sabe a dança da chuva?

quinta-feira, abril 12, 2007

Momento TPM

"Não posso parar. Porque se eu páro, eu penso; e se eu penso, eu choro"

Tá brabo, tá brabo.


quarta-feira, abril 11, 2007

Tudo por uma silhueta

Há 11 meses atrás, me comprometi a perder 10 quilos e o “formato de barril” que se apoderava do meu ser. “Dez quilos em um ano é moleza”, pensei. E não seria a primeira vez que me disporia a curtir esse desafio. Quando eu tinha 13 anos, mudei de colégio, comecei a jogar handebol e perdi 10 quilos sem esforço. E mantive o corpitcho por muito tempo após. Mas não tenho mais 13 anos, e meu metabolismo não é mais fã de esforços. Ou seja: em quase um ano, só atingi metade da minha meta.
E a culpa é só minha, admito. Mas eu ainda não desisti. Para dar uma acelerada no processo, resolvi aprender a correr. Principalmente depois de ver os resultados espetaculares que a corrida vem trazendo para uma amigona minha. Então, peguei as dicas com ela e, como segunda-feira é dia de começar dieta e afins, lá fui eu para a esteira. É, porque correr na rua é para gente com alto nível, o que não é o meu caso.
Segui as dicas passo a passo: “cinco minutos de aquecimento, depois mais três minutos andando e um correndo, até completar 30 minutos”. Isso na primeira semana. Relógio, água, iPod, top justo e disposição. Tudo pronto.
Comecei bem, o primeiro minuto de corrida passou rápido. O segundo, também. Mas depois.... Cada volta do ponteiro parecia uma íngreme ladeira. O troço passava a impressão de estar emperrado, sei lá. Era o minuto sem fim. Coloquei uma seleção de músicas especiais ‘para correr’, mas eu queria era correr dali. Comecei a pensar que toda aquela suadeira me traria um bom resultado e fui, minuto a minuto, encarando a minha maratona pessoal. E, finalmente, aquela meia-hora passou.
Mas essa foi a primeira hora, do primeiro dia, da primeira semana. Ainda faltam muitas “meias-horas” e, confesso, às vezes bate uma desesperança. E, então, me lembro da minha amiga dizendo “eu já corro 25 minutos”. Repito isso como um mantra e vou em frente. Um dia eu chego lá.

quinta-feira, abril 05, 2007

Corpo estranho

A primeira vez que tentei tinha 28 anos. Já “velha”, eu sei. Mas eu tinha medo, achava que incomodava e era desnecessário. Afinal, existiam outras maneiras para resolver meu problema. Ainda tentei por três ou quatro vezes, mas desisti. Era muito sofrimento.
Mas o tempo passou e, com ele, aumentou a minha necessidade. A essa altura já era necessário que eu me rendesse e aceitasse o desafio. Minha mãe e minha irmã já eram adeptas, por que não eu? E era tudo tão simples e prático, que não podia mais adiar.
Finalmente, incentivada por uma amiga, encarei. Consultei médicos, fiz exames, marquei data. E lá fui eu, feliz da vida. Uma mudança dessas parece simples, mas faz uma diferença danada.
Assim, aceitei aquele corpo estranho em mim. No começo estava tudo meio incômodo, fora do lugar. Parecia que era grande demais, ficou meio torto... Mas, com jeito e devagar, ajeitei tudo e, à medida que ficava umedecido, quase não se percebia que ele estava lá. Sem prática, eu demorava horrores para agilizar o processo. Eram 15, 20 minutos para conseguir. Muito nervosismo e ansiedade. Com o tempo, fui ‘pegando a manha’. Prática é tudo.
Como tudo em excesso é prejudicial, só podia de manhã ou à tarde, para acostumar. Mas depois de uma semana, podia ser o dia todo. Maravilha! Um mundo novo se abriu.
E, agora que eu uso lentes de contato, ninguém me segura.

terça-feira, março 27, 2007

Verdade verdadeira


"Calorias são pequenos animais que vivem nos guarda-roupas e que, durante a noite, apertam as roupas das pessoas."
*Frase de autoria genial e desconhecida, enviada pela minha amiga Leka, assídua leitora e personal stylist. Afinal, minhas roupas encolhem.

terça-feira, março 20, 2007

Ó céus, ó vida!

Existem momentos na vida em que temos certeza de que certas coisas só acontecem com a gente. São micos clássicos incapazes de serem protagonizados por outro habitante do planeta a não ser você. Histórias que, contando, ninguém acredita. Dia desses lembrei de uma história assim.
Há pouco mais de um ano atrás, resolvi desbloquear um contato no MSN. Não fazia idéia de quem era a pessoa, mas a insistência em permanecer me adicionando à sua lista de contatos alimentou minha curiosidade. Pouco tempo depois, estávamos os dois “online”, quando ele puxou papo. Eu, no auge da simpatia, já fui logo perguntando quem era. E aí, travou-se uma batalha pra saber quem adicionou quem e coisa e tal, porque o sujeito cismou que fui eu quem o adicionou. Farpas trocadas, ele conseguiu impedir o bloqueio fatal e começou uma conversa interessante. Eu, totalmente adepta a ‘conhecer novas pessoas’, deixei a conversa rolar. Um dia, dois... E ficamos amiguinhos. Paulista, divorciado, pai, tinha família em Brasília, empresário, bem-sucedido. Bonito? Feio? Não sabia como ele era, tinha uma gravura no lugar da foto. Por precaução, eu também não me mostrava.
Um belo dia, ele pediu pra ver minha foto. Coloquei, e ele veio cheio de filosofias. “Seu sorriso é diferente, dá pra ver alguma coisa nele”, disse. Eu, cansada do flerte, falei logo: “é que ele é torto. Tive paralisia facial quando era bebê” (e tive mesmo). Foi aí que aconteceu o que eu nunca imaginei. Ele finalmente colocou uma foto dele. Bonitão, até, apesar de a foto estar meio de longe. Mas o pior mesmo foi o complemento. “Não fica triste, todo mundo tem um defeito. Eu, por exemplo, só tenho um olho. O outro é implante”. CRI-CRI.
Vou falar o quê? Desconversei e bloqueei o cara, para sempre. Não foi preconceito, foi sem-gracisse. Deixei para quem acredita que o amor é cego (ai, que horror!). Desculpem o trocadilho maldoso, não resisti.

sexta-feira, março 16, 2007

Sexo e chocolate

Uma pesquisa mundial revelou o que ninguém esperava: existem pessoas (muitas!) que preferem chocolate a sexo. Por quê? Porque chocolate proporciona a mesma sensação de bem-estar e felicidade que o sexo, com uma vantagem: chocolate é bom até quando está mole. Brincadeira!
Eu discordo: chocolate engorda. Sexo, se bem feito, queima 350 calorias por hora (mais que o mesmo tempo andando em uma esteira). O prazer proporcionado pelo chocolate é unicamente químico; o sexo envolve prazer químico, físico, psicológico e social. Social, sim. Pessoas bem amadas tratam os outros melhor. Ou você nunca conheceu uma ‘tia’ solteirona e rabugenta?
Com a proximidade da Páscoa, a dica é juntar chocolate e sexo. Um queimando as calorias do outro, e os dois deixando todo mundo feliz. Esse é o meu desejo de Páscoa. No entanto, se não há sexo, dá-lhe chocolate. Melhor do que nada.

sexta-feira, março 09, 2007

Roupa de sábado

Nem desleixo, nem falta de vaidade. Sou adepta do conforto, principalmente no vestuário que uso aos sábados. Não sei se foi porque passei quase 30 anos reservando todo o meu dia de domingo às atividades eclesiásticas – que pedem umas roupinhas mais arrumadinhas – mas considero sábado como sendo o ‘meu’ dia, o dia que reservo só para mim. (Por exemplo, só em situações emergenciais eu me enfio em um salão de beleza em um dia de sábado. Prefiro ficar o final de semana sem fazer a unha a perder uma hora do meu dia dentro de um salão. E por situações emergenciais leia-se casamento de alguém muito querido. Mesmo assim, dou um jeito de fazer a unha durante a semana e faço só o escovão básico no sábado. Contrariada mas, é a vida).
Assim sendo, procuro sempre me vestir de acordo com o ‘espírito livre e desencanado’ que um dia de sábado deve ter: nada de saltos ou roupas apertadas, calorentas, desconfortáveis, sei lá. Nos pés, meu all-star-que-um-dia-foi-branco, ou rasteirinha, ou outro tênis.
A coisa muda se eu tiver um evento social - muda um pouco: existem roupas de sábado para várias ocasiões; mas, como raramente isso acontece hoje em dia (conseqüência de ter 98% das amigas namorando/casadas), e como minha única atividade tem sido levar o cachorro pra tomar banho (loser total), me entrego ao conforto das roupas de sábado. Pode olhar o seu armário, elas estão lá. Abuse e use.